ATA DA SEPTUAGÉSIMA SESSÃO ORDINÁRIA DA TERCEIRA
SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA LEGISLATURA, EM 29.05.1991.
Aos vinte e nove dias do mês de maio do ano de mil
novecentos e noventa e um reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio
Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre, em sua Septuagésima Sessão Ordinária
da Terceira Sessão Legislativa Ordinária da Décima Legislatura. Às quatorze
horas e quinze minutos foi realizada a segunda chamada, sendo respondida pelos
Vereadores Adroaldo Correa, Airto Ferronato, Antonio Hohlfeldt, Artur Zanella,
Clóvis Brum, Clóvis Ilgenfritz, Décio Schauren, Dilamar Machado, Edi Morelli,
Elói Guimarães, Ervino Besson, Giovani Gregol, Isaac Ainhorn, Jaques Machado,
João Dib, João Motta, José Alvarenga, José Valdir, Leão de Medeiros, Letícia
Arruda, Luiz Braz, Luiz Machado, Mano José, Nereu D’Ávila, Nelson Castan, Omar
Ferri, Vicente Dutra, Vieira da Cunha, Wilson Santos e Heriberto Back.
Constatada a existência de “quorum”, o Senhor Presidente declarou abertos os
trabalhos e solicitou ao Vereador Ervino Besson que procedesse à leitura de
trecho da Bíblia. A seguir, o Senhor Secretário procedeu à leitura das Atas da
Sexagésima Nona Sessão Ordinária e da Décima Quinta Sessão Solene, que foram
aprovadas. À MESA foram encaminhados: pelo Vereador Airto Ferronato, 01 Pedido
de Providências; pelo Vereador Artur Zanella, 02 Pedidos de Providências; pelo
Vereador Cyro Martini, 01 Pedido de Providências; pelo Vereador Edi Morelli, 02
Pedidos de Providências; pelo Vereador Leão de Medeiros, 01 Pedido de
Providências; pelo Vereador Luiz Machado, 03 Pedidos de Providências; pelo
Vereador Vicente Dutra, 05 Pedidos de Providências; pelo Vereador Wilson
Santos, 03 Pedidos de Providências e 02 Pedidos de Informações. Ainda, foi
apregoado Requerimento do Vereador Nereu D'Ávila, solicitando, nos termos do
artigo 57, inciso X da Lei Orgânica Municipal, que seja convocado o Senhor
Prefeito Municipal a comparecer neste Legislativo, a fim de prestar
esclarecimentos sobre os índices de reajustes do funcionalismo municipal e
quanto ao cumprimento do disposto no Artigo 121, inciso II da Lei Complementar
nº 133/85, com as redações dadas pela Lei Complementar n° 186/88 e 221/90. Do
EXPEDIENTE constaram o Ofício s/nº, do Grupo Hospitalar Conceição; o Cartão do
Diretor Administrativo da Fundação Metropolitana de Planejamento; a Portaria n°
139/91, da União de Vereadores do Rio Grande do Sul. Após, o Senhor Presidente
acolheu Questão de Ordem do Vereador Ervino Besson, acerca das novas
localizações dos gabinetes dos Senhores Vereadores, face às obras em andamento
no prédio deste Legislativo. Em prosseguimento, o Senhor Presidente informou
que o período de Grande Expediente da presente Sessão, face a Requerimento,
aprovado, do Vereador Airto Ferronato, seria destinado a homenagear o Jornal do
Comércio, pelo transcurso de seu qüinquagésimo oitavo aniversário de fundação,
registrando a presença, na Mesa dos trabalhos,dos Senhores Zaida Jarros, Delmar
Jarros e Ivan Santos, respectivamente, Presidente, Vice-Presidente e Diretor
Executivo do Jornal do Comércio, e de Márcia Petersem, filha da Senhora Zaida
Jarros. Dando continuidade, o Senhor Presidente fez pronunciamento alusivo à
solenidade e concedeu a palavra aos Vereadores que falariam em nome da Casa. O
Vereador Airto Ferronato,em nome das Bancadas do PMDB, PL e PCB, destacou os
motivos que o levaram a propor a presente homenagem, como o reconhecimento da
Cidade da importância do Jornal do Comércio para a nossa comunidade, analisando
o significado da imprensa dentro da sociedade atual. O Vereador Nereu D’Ávila,
em nome da Bancada do PDT, declarou ser o Jornal do Comércio leitura
obrigatória para todos aqueles que integram o setor ao qual esse periódico se
destina, falando da importância da diversidade informativa e lamentando a
existência de tão poucos órgãos informativos em Porto Alegre. O Vereador João
Dib, em nome da Bancada do PDS, lendo trechos do texto “A imprensa e o dever da
verdade”, de Rui Barbosa, disse enquadrar-se o Jornal do Comércio na definição de
imprensa do referido autor, congratulando-se com o trabalho realizado por esse
veículo informativo junto a nossa comunidade. O Vereador Luiz Braz, em nome da
Bancada do PTB, analisou o papel dos meios de comunicação na conscientização da
comunidade, falando sobre as condições de trabalho vivenciadas pelos
integrantes do Jornal do Comércio e declarando ser ele um“agente da verdade” em
nosso Estado. O Vereador Artur Zanella,em nome da Bancada do PFL, ratificou os
pronunciamentos hoje feitos na Casa, relativos a tradição e credibilidade do
Jornal do Comércio, congratulando-se com a direção do mesmo, pela alta
qualidade dada a esse veículo informativo. O Vereador Omar Ferri, em nome da
Bancada do PSB, discorreu sobre o tempo de existência do Jornal do Comércio,
destacando o grande número de periódicos que já cessaram sua circulação no
Estado, salientando manter o Jornal hoje homenageado a integridade e o
compromisso com a verdade que motivaram seu surgimento. E o Vereador Clóvis
Ilgenfritz, em nome da Bancada do PT, congratulou-se com a direção do Jornal do
Comércio pelo transcurso do aniversário de fundação desse periódico,
salientando a antigüidade do mesmo e a circulação contínua por ele alcançada
desde sua fundação. A seguir, o Senhor Presidente concedeu a palavra a Senhora
Zaida Jarros, que agradeceu a homenagem prestada pela Casa ao Jornal do
Comércio. Após, o Senhor Presidente agradeceu a presença de todos e suspendeu
os trabalhos às quinze horas e trinta minutos, nos termos do artigo 84, II do
Regimento Interno. Reabertos os trabalhos,às quinze horas e trinta e seis
minutos,constatada a existência de “quorum”, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Em
Votação, foi aprovado Recurso do Vereador Vicente Dutra, contra o arquivamento
do Processo nº 724/91 - Projeto de Lei do Legislativo nº 43/91, por dezoito
votos SIM contra quatro ABSTENÇÕES,tendo sido encaminhado à votação pelos
Vereadores Vicente Dutra, Adroaldo Correa, Clóvis Brum, Artur Zanella e Elói
Guimarães e submetido à votação nominal, por solicitação do Vereador Clóvis
Brum. Votaram SIM os Vereadores Artur Zanella, Clóvis Brum, Clóvis Ilgenfritz,
Décio Schauren, Elói Guimarães, Ervino Besson, Isaac Ainhorn, João Dib, João
Motta, Leão de Medeiros, Letícia Arruda, Mano José, Nereu D’Ávila, Vicente
Dutra, Vieira da Cunha, Wilson Santos, Adroaldo Correa e Hariberto Back, e
optaram pela ABSTENÇÃO os Vereadores Airto Ferronato, José Valdir, Edi Morelli,
Giovani Gregol. Em Votação, foi aprovado Recurso apresentado pelo Vereador Leão
de Medeiros contra decisão do Presidente no sentido do arquivamento do Processo
n° 2368/90 - Projeto de Lei do Legislativo nº 163/90. Ainda, foram aprovados os
seguintes Requerimentos: do Vereador Airto Ferronato, solicitando a realização
de uma Sessão Solene, dia dezenove de setembro do corrente ano, dedicada a
homenagear os vinte e cinco anos de fundação da Escola Especial Concórdia, e o
Instituto Santa Luzia, pela passagem de seu cinqüentenário, este encaminhado à
votação pelos Vereadores Airto Ferronato e João Dib; do Vereador Antonio Hohlfeldt,
de Voto de Congratulações com a Associação Gaúcha dos Advogados Trabalhistas,
pela posse da nova Diretoria; do Vereador Artur Zanella, de Votos de
Congratulações com o Lindóia Tênis Clube, com a Sociedade Gondoleiros, com a
SOGIPA, com o Clube Farrapos e com a Sociedade Leopoldina Juvenil, por terem
sido escolhidos Destaques do Ano/Categoria Eventos (Clubes); com as pessoas
relacionadas em anexo ao Requerimento, por terem sido escolhidas Destaques
Sociais do Ano/90, Categoria Dirigentes de Clubes; do Vereador Clóvis Brum, de
Voto de Congratulações com “O Grupo”, órgão informativo do Grupo Hospitalar
Conceição, pela excelente matéria veiculada no referido Jornal; da Vereadora
Letícia Arruda, de Voto de Pesar pelo falecimento de Ernesto Francisco Silva Filho;
do Vereador Nelson Castan, de Voto de Congratulações com a Fundação de Educação
e Cultura do Sport Club Internacional, pelo Projeto Cultural por esta
desenvolvido, a ocorrer durante o corrente ano; do Vereador Nereu D’Áviía, de
Voto de Congratulações com a Jornalista Eunice Jacques, pela matéria publicada
dia vinte e três do corrente, com o título “Modismos políticos”; do Vereador
Wilson Santos, solicitando que o período de Comunicações da Sessão Ordinária do
dia vinte e sete de junho do corrente ano seja dedicada a homenagear o Dia do
Bombeiro, este encaminhado à votação pelos Vereadores Clóvis Brum e Artur
Zanella. Durante a Ordem do Dia, o Senhor Presidente registrou a presença, no
Plenário, do Vereador Gaston Souza, da Câmara Municipal de Santo Antonio da
Patrulha, e respondeu Questões de Ordem do Vereador Clóvis Brum, acerca do
encaminhamento de matérias em pauta para votação; do Vereador José Valdir,
acerca da situação funcional dos Vereadores deste Legislativo que são também
funcionários públicos. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador João Motta teceu
comentários sobre Moção a ser votada na próxima sexta-feira, de solidariedade
aos professores cedidos à Secretaria Estadual de Cultura, face à exigência,
pelo Governador Alceu Collares, do retorno dos mesmos à Secretaria de Educação,
declarando ser a cultura uma atividade essencial para o ser humano. Convidou a
todos os presentes para reunião da Comissão de Justiça e Redação, a ser
realizada após esta Sessão, para debate desse assunto. O Vereador João Dib
discorreu acerca dos trajes considerados convenientes para uso nas Sessões
deste Legislativo. Comentou Requerimento de sua autoria, que solicita a
votação, o mais rápido possível, do Projeto de Lei do Legislativo n° 01/91,
indagando acerca do encaminhamento dado pela Casa à tramitação do Projeto de
Lei do Executivo n° 33/90. O Vereador Nereu D’Ávila reportou-se ao
pronunciamento do Vereador João Motta, sobre a política cultural adotada pelo
Governador Alceu Collares. Questionou o enfoque dado por aquele Vereador ao
assunto, esclarecendo os motivos que levaram o Governador Alceu Collares a
buscar o retorno às salas de aula dos professores cedidos à Secretaria Estadual
de Cultura. E o Vereador Clóvis Brum discorreu acerca dos problemas observados
na Secretaria Estadual de Cultura, defendendo a criação de quadro funcional
próprio para esta Secretaria, através de concurso público, e declarando-se
contrário ao preenchimento desse quadro por Cargos em Comissão. Ainda, o Senhor
Presidente respondeu Questão de Ordem do Vereador Clóvis Brum, através da qual
esse Vereador solicita a audiência da Comissão de Justiça e Redação quanto à
tramitação dos Projetos de Lei do Executivo nº 33/90 e de Lei do Legislativo n°
01/91. Às dezessete horas e oito minutos, por solicitação do Vereador João Dib,
foi realizada nova verificação de “quorum” e, constatada a inexistência de
“quorum”, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, lembrando
reunião da Comissão de Justiça e Redação, a ser realizada a seguir, e convocando
os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima sexta-feira, à hora
regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Antonio Hohlfeldt,
Airto Ferronato e Isaac Ainhorn, este nos termos do artigo 11, § 3° do
Regimento Interno, e secretariados pelos Vereadores Leão de Medeiros e Wilson
Santos. Do que eu, Leão de Medeiros, 1° Secretário, determinei fosse lavrada a
presente Ata que, após lida e aprovada, será assinada pelo Senhor Presidente e
por mim.
O SR. PRESIDENTE (Antonio Hohlfeldt): Estão abertos
os trabalhos da presente Sessão.
O SR. ERVINO BESSON (Questão de Ordem): Gostaria que a Mesa informasse, pois naquela reunião que tivemos na
quinta-feira, na Sala da Presidência, onde foram mostrados, entregues às
Lideranças os locais dos gabinetes, onde iriam os Vereadores ser deslocados,
apesar deste Vereador não gostar do lugar onde foi colocado, aceitou a decisão
da Mesa, pois nem Jesus Cristo agradou a todos, e não vai ser a Mesa da Câmara
que vai agradar. Mas, pelo que soube, Vereadores que reclamaram foram colocados
em outros lugares. Agora, gostaria que a Mesa informasse se houve estas
alterações. Se houve, Sr. Presidente, este Vereador está satisfeito com o lugar
que ocupa neste momento.
O SR. PRESIDENTE: Ver. Ervino Besson, a Mesa não
tem, neste momento, a informação para lhe dar, vamos conversar com o Ver.
Clovis Ilgenfritz, que é quem coordena a obra, e dará a resposta a V. Exª. Foi
colocado um mapa no saguão para análise dos Srs. Vereadores e eventual
discussão com alguma discordância em relação à solução que for encaminhada.
Passamos ao
GRANDE EXPEDIENTE
O Processo nº 1012/91, aprovado
por esta Casa, pretendia que o período de Comunicações da Sessão Ordinária do
dia 23 de maio fosse dedicado ao 58º aniversário do Jornal do Comércio. Como
houve problema nesta Casa com a greve geral e os funcionários, por decisão do
seu Sindicato, cumpriram, apesar do trabalho de plenário, houve transferência
daquela homenagem para hoje, no período de Grande Expediente.
A Diretoria Legislativa cometeu
um equívoco ao registrar esta passagem e manteve o registro original de que a
homenagem seria no período de Comunicações, na verdade ficou para o Grande
Expediente, que é o início da Sessão. Quero fazer esta correção.
Registramos a presença, na Mesa, da
Srª Zaida Jarros, Presidente do Jornal do Comércio, a quem temos muita honra de
receber nesta Casa. O Sr. Delmar Jarros, atualmente Vice-Presidente do Jornal
do Comércio; a Srª Márcia Petersen e o Sr. Ivan Santos, Diretor Executivo do
Jornal do Comércio.
Com a palavra o autor da
proposição, Ver. Airto Ferronato, que falará em nome da sua Bancada, o Partido
do Movimento Democrático Brasileiro – PMDB –, e as demais Bancadas: Partido
Liberal – PL – e Partido Comunista Brasileiro.
O SR. AIRTO FERRONATO: Exmo Sr.
Ver. Antonio Hohlfeldt, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; Srª
Zaida Jarros, Presidente do Jornal do Comércio. Tenho a satisfação de falar,
neste momento, em nome da minha Bancada, o PMDB, em nome do Ver. Clóvis Brum e
em meu nome em particular; em nome da Bancada do PL, através do Ver. Wilson
Santos, e em nome da Bancada do Partido Comunista Brasileiro – PCB –, através
de Ver. Lauro Hagemann. Srs. Vereadores, Senhoras e Senhores. (Lê.)
“A nossa iniciativa em propor uma
homenagem da Câmara Municipal de Porto Alegre ao aniversário de fundação do
Jornal do Comércio tem o significado de reconhecer o importante papel que
desempenha este órgão de imprensa para os porto-alegrenses.
E é em atos como este, quando se
homenageiam jornais e jornalistas, que acredito se deva buscar uma reflexão
sobre o verdadeiro objetivo da existência da imprensa.
Na consolidação das instituições
democráticas do nosso País, os órgãos de comunicação não podem ser vistos com
temor ou receio por serem apontados como o quarto Poder.
As relações entre políticos e
jornais sempre tem registrado, ao longo da História, passagens de tensão. Nós
entendemos, porém, que estas situações são normais dentro do contexto complexo
das relações humanas, principalmente quando envolvem, por definição histórica,
a observância da regra de defender os interesses superiores da sociedade. Os
políticos, porque escolhidos pelo voto, devem representar o povo no Parlamento
ou no Executivo, sempre tentando evitar as injustiças. Já um meio de comunicação
sobrevive enquanto mantiver sua sintonia na defesa e na crítica dos desejos da
população, de acordo com sua máxima de ‘prestador de serviço’.
Diante dessas colocações, devemos
reconhecer que o Jornal do Comércio tem se firmado como um dos principais jornais
do Rio Grande do Sul.
Especializando-se na cobertura e
na análise da economia, na indústria e comércio, nas finanças públicas e
privadas e na agropecuária, o Jornal, desde sua fundação, em 25 de maio de
1933, consolidou um prestígio invejável por sua dedicação a estas áreas tão
sensíveis.
Hoje, pode-se afirmar que
qualquer homem de negócios ou aqueles responsáveis pelo Poder Público que
prezem a boa informação, orientam sua atitude a partir da consulta diária ao
Jornal do Comércio.
Dentro desta preocupação, começou
a circular, em 1933, pela visão de Jenor Cardoso Jarros, publicando os
manifestos de cargas dos navios que entravam e saiam do porto de Porto Alegre.
No entanto, a visão de Jenor Jarros transformou esta publicação no Jornal do
Comércio, a partir da década de 40.
Atualmente, esta orientação é
cumprida pela direção firme e dinâmica da Dona Zaida Jayme Jarros. Aliás, a
história da Dona Zaida e a história do Jornal do Comércio se confundem,
chegando os dois em 1991, com o reconhecimento de Porto Alegre e do Rio Grande
do Sul. E isto acontece porque Dona Zaida mantém o Jornal voltado
permanentemente à evolução tecnológica e editorial.
Na parte editorial, cabe destacar
a publicação periódica dos seus suplementos do Vale dos Sinos e Serra,
integrando dois pólos de desenvolvimento do Estado. Além de outras publicações
como caderno de carros, agropecuária, etc.
Porém tudo se insere num contexto
que é a marca registrada nos empreendimentos da Companhia Jornalística J. C.
Jarros: a seriedade e a credibilidade, predicados fundamentais para a
consolidação de qualquer projeto jornalístico.
Para este sucesso a Empresa conta
ainda, como Vice-Presidente, Delmar Jayme Jarros, e como Diretor-Editor, Homero
Guerreiro. Ambos dispensam maiores considerações, pois os elogios estão na
qualidade do produto final: as páginas do Jornal do Comércio.
Neste sentido, queremos
homenagear também todos os funcionários, desde os entregadores de jornais,
passando pelos jornalistas e até seu diretor mais graduado. Todos atuando em perfeita
sintonia, como um impecável sistema de engrenagens industriais.
A Câmara Municipal, ao registrar
os 58 anos do Jornal do Comércio, está cumprindo com uma das delegações que lhe
foi destinada: de enaltecer pessoas e organizações que são o orgulho da Cidade.
Este é o caso do Jornal do Comércio. Sua identificação com nossa Cidade é tanta
que sua história iniciou envolvendo-se exatamente num dos símbolos da Capital
gaúcha: o cais do Porto do Rio Guaíba.
Queremos, finalmente, agradecer à
Srª Zaida Jayme Jarros, diretores e funcionários do Jornal do Comércio, pelo
exemplo que têm dado ao longo desses anos, de trabalho, consciência e
seriedade.
Por isso, façamos votos de que o
Jornal do Comércio continue usando seu espaço e seu prestígio editorial para
promover a Justiça Social – que é a finalidade maior de jornais, jornalistas e
políticos.”
Para encerrar, eu gostaria de
dizer que, oriundo do interior do Estado, eu vim a Porto Alegre e, desde o
primeiro momento em que aqui cheguei, no Colégio Comercial Santo Ignácio, eu
passei a estudar o 2º Grau, Técnico em Contabilidade, e, posteriormente,
Ciências Contábeis. Desde o momento em que comecei a estudar Contabilidade, eu
vi que era no Jornal do Comércio que nós tínhamos todos os ensinamentos e as
informações que muitas vezes faltam lá no Colégio Técnico de Contabilidade e no
curso de nível superior. Portanto, aproveitamos este dia e esta data para
trazer o nosso abraço a nossa querida Zaida, a toda a Diretoria, a todos os
funcionários, e desejar muitas e muitas felicidades a todos os senhores e ao
nosso Jornal do Comércio.” Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Registramos a recepção de
telegrama do Deputado Cézar Schirmer, Presidente da Assembléia Legislativa,
agradecendo o convite e destacando que, por compromisso assumido anteriormente,
inclusive a Sessão que a Assembléia faz à tarde, não pôde comparecer no
Plenário neste momento. Sendo assim, passo à Dona Zaida o telegrama.
Falará em nome do Partido
Democrático Trabalhista – PDT – o Ver. Nereu D’Ávila.
O SR. NEREU D’ÁVILA: Exmo Sr. Antonio
Hohlfeldt, Presidente da Casa; Exma Srª Zaida Jarros, Presidente do
Jornal do Comércio. Nós, da Bancada do PDT, não poderíamos ficar alheios a esta
efeméride e a esta homenagem dos 58 anos do aniversário de fundação do Jornal
do Comércio. Esta data é comemorada pela Cidade de Porto Alegre, através dos
seus 33 Vereadores. A gama de diferenças em qualquer campo dos diferentes
estamentos da sociedade porto-alegrense também está aqui no Plenário representada,
até mesmo no seu contraditório político, até mesmo nas suas diferenças
ideológicas e programáticas. Mas isto é o fundamento da democracia, que tem
como um dos princípios básicos o contraditório. Então, muito mais força tem a
homenagem quando tem a incorporá-la os diferentes pensamentos das diferentes
representações da sociedade porto-alegrense.
Mas, de qualquer modo, queremos
crer que, com nuances mais ou menos diferenciadas, a Cidade está totalmente
aqui representada, e, portanto, transforma-se esta homenagem da Cidade de Porto
Alegre ao seu Jornal do Comércio. Cinqüenta e oito anos são uma existência mais
do que cinqüentenária, é evidente, mas não é medida exatamente pelos anos após
anos, mas é medida pela importância e pela qualidade de jornalismo que faz o
Jornal do Comércio, tornando-se uma leitura obrigatória a cada dia, a cada
manhã, principalmente em determinados setores econômicos, comerciais,
industriais, nos quais o Jornal do Comércio tornou-se um especialista. Mas o
principal, no nosso entendimento, nobre Presidente Zaida Jarros, desses 58 anos
do Jornal do Comércio, é que não existe sociedade livre sem imprensa livre, mas
ao mesmo tempo não existe sociedade livre e democracia absoluta sem que haja
multiposicionamentos, ou seja, não pode haver o monopólio da informação. Tem
que haver a multiplicidade, a conotação não de domínio da informação. E Porto
Alegre recente-se nesse terreno. Qualquer cidade do porte de Porto Alegre, a
partir de Curitiba mesmo, tem mais veículos de informação. Então, nós entendemos
até que deveria haver mais órgãos de informação, porque, mesmo o órgão
dominador, ele mesmo, o dominador das notícias, se sente desconfortado por não
ter um contraponto da informação, E, então, eu quero com isso posicionar que,
ao lado da homenagem dos 58 anos, é de se registrar que a existência desse
Jornal mantém o equilíbrio do não monopólio da informação, até pelo contrário,
traz, pelo seu conteúdo especialista em determinados assuntos econômicos, por
exemplo, um informativo de alta relevância social. Não há empresa, não há órgão
que não se baseie nas informações, nos indicadores do Jornal do Comércio. Isso
traz a segurança para a Cidade de que a Cidade tem ali o conforto e a
tranqüilidade de um jornalismo seguro, tranqüilo. Não é um jornalismo polêmico,
um jornalismo que busque a notícia pela notícia, o fato pelo fato. Aqueles
jornais que em determinadas cidades, pelo seu tamanho desforme, pelo seu
desenvolvimento completamente inadequado, têm que ter aquelas matérias que se
costuma dizer que torcendo sai sangue. Então, a segurança da informação, a
tranqüilidade e a própria confiabilidade do jornal trazem à sociedade aquele plus, aquele mais que faz do Jornal do
Comércio um líder na sua especialidade. Então, dito isso, é evidente que não se
pode descurar, desconhecer que estes 58 anos foram de duras batalhas, de
avanços e recuos, vitórias e decepções, como uma vida humana. É um fole que vai
e vem, de alegrias e tristezas, e exaltação e de pontos baixos, mas a média
disso é a serenidade de 58 anos do dever cumprido. E, neste diapasão, nós nos
incorporamos como Parlamento, como Bancada, como segmentos a estes 58 anos, a
esta efeméride, com a certeza de que estamos apenas registrando, não só o
passado, que é brilhante, e que no presente significa que estamos satisfeitos,
mas mais do que isso, queremos, Dona Zaida e Diretores do Jornal do Comércio, e
repórteres do porte da Leila, que aqui está, e que já está incorporada ao
Jornal do Comércio, que esses 58 anos sejam apenas o início, porque, diferentemente
das vidas humanas, os órgãos têm outro tipo de cronologia temporal, portanto,
de um certo modo, 58 anos foram de lutas, conquistas, mas também, dentro de um
posicionamento mais amplo, queremos que sejam o início de um jornal que
ultrapasse o seu centenário com a mesma evocação de tranqüilidade, de dever
cumprido, de penetração no âmago da sociedade que representa, como hoje nos
seus 58 anos. Incorporamo-nos, portanto, e que V. Sas que são a
liderança, a porta da frente, o corpo de líder do Jornal levem também a todos
aqueles que, na labuta diária, a partir dos repórteres, a partir dos
informantes, até daqueles que fazem a impressão do Jornal. Levem a eles, porque
o jornal é um todo. Quando ele sai na rua, ele representa o sacrifício de uma
união, de um corpo, de cabeça, mas que também tem através de seus órgãos todo
um sangue circulando e que faz dele um órgão palpitante.
Registramos, portanto, com muita
alegria os 58 anos do Jornal. E que esta luta prossiga com a mesma energia que
esta cidadã, que dá um exemplo à Cidade, de que valeu a pena lutar,
demonstrando, Dona Zaida, que a sua luta não foi em vão. Meus parabéns.
(Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: A palavra com o Ver. João Dib,
que fala pela sua Bancada, o Partido
Democrático Social.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente em exercício,
Ver. Airto Ferronato; minha caríssima amiga Dona Zaida Jayme Jarros,
Diretora-Presidente da Cia. Jornalista Jornal do Comércio; meu caro Delmar
Jarros, Diretor Vice-Presidente; meu caro Ivan Santos, Diretor-Executivo;
Márcia Petersen, jornalista, conhecida de todos nós; meu caro Secretário, Ver.
Leão de Medeiros; Leila Weber; Ivanor Ferronato; Antônio Messler; Roberto B.
Andrade e o Décio Azevedo, que também trabalham lá no Jornal do Comércio, dando
o melhor de seus esforços para que o Jornal cada dia seja melhor; Srs.
Vereadores; minhas senhoras e meus senhores. (Lê.)
“A imprensa é a vista da nação. Por ela é que a nação acompanha o que lhe passa ao perto e ao longe, enxerga o que lhe malfazem, devassa o que lhe ocultam e tramam, colhe o que sonegam ou roubam, percebe onde lhe alvejam ou nodoam, mede o que lhe cerceiam ou destroem, vela pelo que lhe interessa, e se acautela do que a ameaça.” Dentro desta conceituação de Rui Barbosa no seu trabalho “A Imprensa e o Dever da Verdade”, eu posso, com tranqüilidade, colocar o Jornal do Comércio como um dos mais legítimos representantes da imprensa gaúcha e brasileira. A imprensa, eu disse há poucos dias, é a pesquisa da verdade e o Jornal do Comércio pode se orgulhar pela apresentação que tem e pela qualidade dos seus leitores, e aí é que nós podemos medir o que representa efetivamente um jornal para a coletividade. As forças vivas do Rio Grande do Sul lêem o Jornal do Comércio; informam e traduzem as notícias de forma muito correta, muita precisa, e muito isenta. Então, o Jornal do Comércio realmente se enquadra na definição de Rui Barbosa. Acompanhei 45 dos 58 anos do Jornal do Comércio. Eu não me furto de repetir que estou nesta tribuna hoje, devendo um pedaço ao Jornal do Comércio, devendo um pedaço ao Dr. Jenor Cardoso Jarros, que recebeu um dia um jovem com 16 anos e que não tinha uma fonte de receita condizente para viver nesta Cidade e que confiou nele e permitiu que fizesse os polígrafos para os seus colegas do Colégio Júlio de Castilhos e, portanto, obteve uma fonte de renda significativa.
Eu nunca vou esquecer o carinho
com que eu sempre fui recebido, naquele tempo consultor do Comércio, lá no 3º
andar do Palácio do Comércio e hoje o nosso querido Jornal do Comércio. Como
disseram aqui, não podemos medir a vida de um homem e a vida de uma entidade da
mesma maneira. Um homem, aos cinqüenta e oito anos, idade razoável, começa a
entrar na terceira idade, mas um órgão de imprensa aos cinqüenta e oito anos
está adquirindo muita força, experiências, para que cada vez mais possa prestar
os seus serviços à coletividade. É isso que a Bancada do Partido Democrático Social
– PDS – deseja: que o Jornal do Comércio, a sua direção, o seu servidor,
continuem dando o melhor de si para que o Rio Grande cresça. Crescendo o Rio
Grande também cresça o Jornal do Comércio, porque é importante, porque
precisamos da boa informação, da informação sadia, correta, isenta. Portanto, à
Dona Zaida, no abraço que queremos dar, expressamos todo o nosso carinho da
Bancada do PDS – e por certo desta Câmara também – para com aquela equipe
maravilhosa do Jornal do Comércio. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Luiz Braz,
que falará em nome de sua Bancada, o Partido Trabalhista Brasileiro.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, Sr. Ver. Airto Ferronato, ora presidindo os trabalhos; Srª Zaida
Jarros, Presidente do Jornal do Comércio; funcionários presentes, Srs.
Vereadores. (Lê.)
“Quanto mais veículos de
comunicação social existirem dentro de uma comunidade, maiores serão as
conquistas no pleno exercício da cidadania. Ganha com isso a democracia, que
garante ao cidadão um maior leque de opções na interpretação dos fatos que
viram notícia, a subsidiar a opinião pública para que esta escolha, com melhor
propriedade, os seus destinos.
Muitos jornais já foram fundados
em Porto Alegre, mas poucos são aqueles que subsistem. Entre os quais ganha
destaque o Jornal do Comércio, fundado no ano de 1933, por Jenor Jarros, este
importante veículo impresso, que completa 58 anos de atividade ininterrupta
junto ao povo gaúcho, não merece apenas uma homenagem, mas, sim, o
reconhecimento pelos serviços prestados ao longo de sua já significativa existência.
É através do jornal, da notícia
cotidiana, da discussão constante, de veiculação de idéias e do choque de
opiniões que um povo escreve a sua história. É no dia-a-dia das redações e das
ruas que são registrados os acontecimentos que, a cada ano que passa, ajudam a
construir a Civilização.
O trabalho de erigir uma
sociedade mais justa para todos passa pelo trabalho incansável de repórteres
muitas vezes mal pagos, de mecânicos não raras vezes cansados e de diretores
fustigados pela atual conjuntura. Mas, quando a edição de cada novo dia
circula, mais uma vitória é sempre acrescida na luta constante por melhores
dias. E também aqui, temos certeza, o Jornal do Comércio faz a sua parte.
Se a população é beneficiada com
a existência de um meio de comunicação social de tamanho porte, também a classe
empresarial vê ali representados seus anseios. Em todas as partes, o desejo
comum de melhorar está presente. E, de que vale o desejo, se não houver por
onde manifestá-lo?
Os tempos estão difíceis, todos
nós bem o sabemos. E aqui ganha destaque o jornalismo responsável do Jornal do
Comércio, dando voz àqueles que, em meio a um trabalho duro e permanente, mal
conseguem tempo para se articular.
Mas existe um detalhe neste
Jornal que chama a atenção de forma especial, no rodapé da página seis, todos
os dias, é publicado um espaço intitulado ‘No Cenáculo’. Ali naquele ponto do
veículo, muitas vezes em meio a um noticiário desagradável e nada animador,
pode-se encontrar o conforto da Palavra de Deus. Ali há sempre uma mensagem,
uma meditação diária que poderia ser escrita por qualquer um de nós, iluminada
por um versículo bíblico.
A função de um jornal é levar a
verdade ao seu leitor. ‘No Cenáculo’ desta última quarta-feira, dia 29 de maio,
há uma meditação sobre a veiculação da verdade no mundo, e que desejo repartir,
agora, com os nobres colegas e demais presentes:
No Cenáculo
Quarta-Feira, 29 de Maio de 1991.
Leia Êxodo 4,1-12
‘Vai, pois, agora, e eu serei com
a tua boba, e te ensinarei o que hás de falar.
Só se ouvia o tique-taque do
relógio no pesado silêncio da sala de aula. Eu sabia a resposta, mas quando não
fui capaz de falar o professor foi perguntar a outro aluno. Quando deixei a
sala de aula pensei como minha timidez sempre me silenciava. Por que eu sempre
falhava quando tentava expressar publicamente o que eu sabia e em que eu cria?
Será que tinha medo de errar? Será que temia tanto a desaprovação dos outros
que não falava com convicção? Ou não tinha confiança em minhas idéias?
Quando o Senhor chamou Moisés,
este não confiava em si mesmo. Temia não ser capaz de convencer as pessoas que
Deus havia mesmo aparecido a ele. Talvez ele mesmo duvidasse que Deus lhe
falara. Mas Deus prometeu estar com Moisés e ensinou-lhe o que dizer. Com essa
certeza, Moisés ganhou confiança em sua capacidade de comunicar o que ele sabia
ser a verdade.
Com o auxílio de Deus, eu comecei
a entender que minha falta de confiança estava fazendo com que eu ocultasse ao
mundo alguma coisa que Deus queria de mim: meu testemunho pessoal. Assim como
fez com Moisés, o Senhor tem seu propósito para nós. Eu posso ter confiança
quando penso que estou atuando como um agente de Deus.
Pensamento para o Dia
Deus conta comigo para falar a
verdade ao mundo. Oremos para que tenhamos confiança para testemunhar.”
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Airto Ferronato): Com a palavra
o Ver. Artur Zanella.
O SR. ARTUR ZANELLA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores,
Dona Zaida Jarros, Bernardo Jarros, Márcia Petersen, Ivan Santos, nosso
Diretor-Executivo do Jornal, minhas senhoras e senhores. Praticamente tudo o
que deveria ser dito sobre o Jornal do Comércio já foi dito na tarde de hoje.
Vim aqui somente para reafirmar algumas coisas, quem sabe relembrar outras e
colocar como eu vejo o Jornal do Comércio, que aprendi a ler desde criança,
quando lá no interior do interior, onde eu morava, a Exatoria Estadual recebia,
pelo trem, 3 dias depois, porque era o tempo que demorava a viagem, o Jornal do
Comércio. E eu imagino o seu início lá no Palácio do Comércio, imagino até a
Dona Zaida, o Jenor Jarros, não sei se o Delmar ou a Noemi, vendo chegar algum
navio. Imagino que o Delmar, pela sua idade, não andou de barco na enchente de
1941, distribuindo jornais, pois é um jovem, mas sei que o Jornal saía de lá de
cima do Mercado, depois de lá, do Palácio do Comércio, de barco, se fosse o
caso, mas saía sempre. Um jornal, que não podemos deixar de reconhecer,
conservador, tradicional, mas que tem, dentro de si, a força de gerar, por
exemplo, uma Rádio Princesa, que é a rádio povo por excelência desta Cidade. A
Princesa é o Diário Oficial das manifestações populares e isso na mesma família
e com o mesmo espírito de credibilidade que tem o Jornal do Comércio. Agora eu
vejo – fiz até um voto para isso, Dona Zaida – o desenvolvimento da página
política. Imagino o que houve de discussão para aumentar a cobertura política
desta Casa que, agora, passa a ter, junto com as notícias normais da Câmara,
uma parte política que trata do trabalho da Câmara Municipal e da Assembléia
Legislativa, trabalho esse feito por um conjunto de jornalistas, os quais estão
aqui, o Roberto Brenol de Andrade, funcionário do Município, ex-Chefe de
Imprensa do Município, o Décio Azevedo, que é mais jovem, a Leila Weber e a
Márcia Petersen, mais jovens ainda, que trazem a modernização do Jornal como eu
vejo e como eu identifico e, principalmente, Srª Presidente, eu queria bater
nesta palavra-chave que é a confiabilidade. O Ver. Luiz Braz falou na verdade –
tem pessoas, Ver. Luiz Braz, tem jornais que podem dizer a verdade, mas ninguém
acredita, porque não têm confiabilidade e não têm credibilidade. A verdade não
é absoluta, depende de quem a diz. Eu leio tranqüilamente o Jornal do Comércio
imaginando que aquilo ali seja, efetivamente, a verdade. E se o Jornal se
engana, eu tenho certeza de que no outro dia, e isto ocorre muito pouco,
corrige. E têm outras pessoas, Srs. Vereadores, que trazem, às vezes, não
muitas vezes, a verdade, mas que ninguém acredita. Isto ontem eu verifiquei e
evidenciei na solenidade que assisti na entrega dos prêmios destaques do Jornal
do Comércio. Aquilo foi uma consagração pública dos critérios do Jornal para
premiar pessoas. As pessoas que receberam aqueles prêmios, as pessoas que
assistiam à entrega daqueles prêmios sabiam que eles eram justos, até poderiam
não concordar com alguns deles, até poderiam imaginar, mas por que o fulano
ganhou ou a entidade tal e não outro? Mas tenho certeza absoluta de que aquelas
pessoas que representavam o conjunto da sociedade, ontem, na Sede da Federação
das Indústrias do Estado Rio Grande do Sul – FIERGS – sabiam que atrás daqueles
prêmios não existia nenhuma ação menos digna, nenhum prêmio em troca de alguma
coisa não era um benefício, uma imagem, era uma manifestação de um órgão
isento, de um órgão respeitado e, repito, que tem credibilidade neste Estado e
neste País.
Queira receber, então, Dona
Zaida, em nome de toda esta estrutura do Jornal, os meus cumprimentos pessoais
e os cumprimentos da Câmara Municipal de Vereadores, que já foram expressos
pelos representantes das mais diversas Bancadas com assento nesta Casa. Muito
obrigado pela sua presença. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Omar Ferri
pelo Partido Socialista Brasileiro.
O SR. OMAR FERRI: Sr. Presidente Antonio
Hohlfeldt, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; Srª Zaida Jarros,
Presidente do Jornal do Comércio; Srª Márcia Petersen, filha da homenageada; Exmo
Sr. Ivan Santos, Diretor-Executivo; Sr. Delmar Jarros, Vice-Presidente do
Jornal do Comércio.
Quando o Ver. João Dib se
expressava desta tribuna, mencionou os 58 anos do Jornal do Comércio e
assinalou que era uma idade em que, tradicionalmente, o homem entrava para a
terceira idade. Como estou empatando de idade com o Jornal do Comércio, tenho
58 anos, realmente acho e assumo minha condição de entrar para a terceira
idade, com muita honra. Possivelmente, a terceira idade seja uma espécie de
última etapa da vida da gente, pois um dia o destino de todos nós é o desaparecimento
ou a passagem para o outro mundo. Citou, também, que todas as coisas já tinham
sido ditas. Se me permitirem, entendo que as coisas, os fatos, as
circunstâncias principais, ou de caráter excepcional, ou aquelas que
diferenciam a imprensa entre si, acho, no meu pequeno entendimento, que não
foram ditas.
Vou tentar dizê-las e assinalar
os dois fundamentos principais de minha oração com o Jornal do Comércio.
Estive pensando naquilo que aconteceu em relação à imprensa no Rio Grande do Sul desde que me conheço por gente. Conheço-me por gente desde 1938, 1939 ou 1940, quando meu pai recebia em Ilópolis o jornal Correio do Povo, pois era o seu agente, e eu passava a ler o jornal Correio do Povo, que foi um jornal que desapareceu e agora tem um outro Correio do Povo; o formato é diferente, os assuntos são diferentes, a concepção é diferente. Então, o primeiro dos grandes jornais desapareceu. Tem um filhote aí com as nossas homenagens, tudo bem, sem pretender desapreciá-lo. Mas também desapareceu, Dona Zaida, o jornal A Hora, o jornal Última Hora, também desapareceu o jornal Diário de Notícias, o Jornal do Dia, o jornal Folha da Manhã, também desapareceu o jornal Estado do Rio Grande e o jornal Diário do Sul, daqueles que lembrei há pouco. Talvez, no nosso Estado, centenas de jornais já tenham desaparecido e nesses 58 anos de Jornal do Comércio, enquanto ele se manteve íntegro, sempre foi o mesmo. Eis o que diferencia o Jornal do Comércio dos outros. Numa ocasião se homenageou aqui a Rede Bandeirantes, o Canal 10. Eu disse naquela época que a Rede Bandeirantes se diferenciava das demais, porque era uma emissora de televisão simpática. O Jornal do Comércio tem esta aparência de eternidade, ele é o mesmo, é impassível, não sai da linha jamais. Nunca, Dona Zaida, nunca, jamais eu ouvi falar na minha vida que o Jornal do Comércio tivesse que desmentir uma notícia. Nunca ouvi falar, Dona Zaida, que o Jornal do Comércio tenha atacado alguém. Nunca ouvi falar que o Jornal do Comércio tenha editado uma notícia sensacionalista. Nunca vi nas manchetes do Jornal do Comércio uma notícia desairosa e nunca vi notícias que não condissessem com a verdade e também não vejo o porquê de se entender que o Jornal do Comércio seja um jornal conservador. Eu entendo que o Jornal do Comércio tenha um determinado contexto e que dentro desse contexto cumpre com as suas finalidades. Lembro que, como advogado, não deixava de assinar o Jornal do Comércio em meu nome ou em nome de Marco Túlio de Rose ou de Luiz Goulart Filho, quando atuávamos juntos no mesmo escritório. Por quê? Porque o Jornal do Comércio era o primeiro a publicar as leis que eram editadas neste País. O Jornal do Comércio foi durante muito tempo um jornal que me permitia arquivar matérias e leis publicadas. Por isso que, homenageando a senhora, homenageando toda a direção aqui presente, não poderia deixar de salientar certas expressões que eu entendo como expressões do Jornal do Comércio. Por que eu entendo expressões do Jornal do Comércio? Porque são colunas que leio todos os dias. A Coluna do Marco Antonio Birfield, atualmente editada por Fernando Albrecht. Essa grande conquista, jornalista brilhante, perspicaz, atilado que é Hélio Gama Filho, meu amigo de 30 anos. Essa simpatia do Dioni York Bado, meu prezado amigo, meu fraternal irmão de muitas pajelanças nesta Cidade. A coluna da Leila Weber, Márcia Petersen, aqui presente. Um abraço aos senhores, às senhoras, com os votos de muitas felicidades e que o Jornal do Comércio continue como ele sempre foi e sempre é e sempre será, que ele assim haverá de cumprir as finalidades e as vontades de seus Administradores, e eu tenho a impressão de que assim ele não desaparecerá como outros desapareceram. E será para o Rio Grande do Sul uma espécie de jornal eterno. Muito obrigado.
(Revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Clovis
Ilgenfritz.
O SR. CLOVIS ILGENFRITZ: Sr. Presidente
Antonio Hohlfeldt; Exma Srª Zaida Jarros, Presidenta do Jornal do
Comércio; Exma Srª Márcia Petersen, filha da homenageada; Exmo
Sr. Ivan Santos, Diretor-Executivo do Jornal do Comércio; demais componentes do
Jornal do Comércio. Nossa saudação aos companheiros Vereadores e a todos que
nos assistem.
Nós achamos que a iniciativa do
Ver. Airto Ferronato foi muito feliz, muito importante, em homenagear este
prestigioso órgão de imprensa, que nós conhecemos há tanto tempo. Eu, pelo
menos, sou daqueles fora daquela tabelinha do Ver. Dib, sou daqueles que
nasceram depois do Jornal do Comércio, não muito depois, mas depois. Os
Vereadores que me antecederam, com muita propriedade, colocaram várias questões
que nós consideramos muito importantes, e com as quais concordamos. Queremos
dizer que o Jornal do Comércio, pelo que temos conhecimento, tem 58 anos de
circulação contínua. No que podemos afirmar também que é o jornal mais antigo
da Capital, senão do Estado, de circulação contínua. Possivelmente o jornal
Correio do Povo, no seu nascedouro, seja um pouco mais antigo, aliás, é bem
mais antigo. Também, como o Ver. Omar Ferri, entendemos que isto é importantíssimo:
que um jornal consiga ultrapassar tantos períodos, os mais difíceis, com crises
as mais variadas e continue existindo com o seu editorial, com as suas
matérias, servindo à comunidade. Também achamos importante o parque gráfico que
o Jornal do Comércio tem, que a empresa tem. Nós mesmos nos servimos deste
parque, quando Presidente do Sindicato dos Arquitetos, ou da Federação, o nosso
jornalzinho saía lá no Jornal do Comércio. E por muitas madrugadas fui até lá
para ver, enfim, a matéria final, eu era uma espécie de conferente das questões
como Presidente do Sindicato, e não queria que saísse nenhuma gafe cometida por
nós. A edição era sempre muito boa. Também é muito importante a Rádio Princesa,
que também pertence ao grupo.
Queremos saudar a todos, aos
funcionários, aos dirigentes e seus donos. Queremos dizer também, da mesma
forma que dissemos, em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores, há poucos
dias, quando saudamos o jornal Zero Hora, pelos seus 27 anos, que nós
gostaríamos de aproveitar este tipo de oportunidade em que estamos saudando um
órgão tão importante da imprensa gaúcha e brasileira para dizer da nossa
intenção, da nossa busca para que haja cada vez mais uma melhor compreensão da
visão que o Partido dos Trabalhadores tem em relação à imprensa e à sociedade
em geral. Da visão pluralista que o Partido dos Trabalhadores – PT – defende no
seu Estatuto, no seu programa, se possível, com os defeitos que possa ter na
sua prática do dia-a-dia, a defesa da existência de todos os setores da
sociedade, quer sejam setores sociais, religiosos, culturais, políticos,
representando e convivendo democraticamente para que a sociedade realmente
possa progredir. Então, a nossa luta, com a visão pluralista, pela defesa da
democracia, nos coloca numa posição, num momento como este, para dizer com toda
a sinceridade, que nós, ao defender estes princípios, às vezes, e eu disse isso
aquele dia em que nós saudamos o jornal Zero Hora, nos sentimos um pouco
judiados. A imprensa, que foi dito aqui, conservadora, eu não sei se é
conservadora. Não, a imprensa está representando um setor da sociedade ou, quem
sabe, da melhor forma possível, o seu maior espectro. Mas, aquele dia, nós
dizíamos para os diretores e funcionários do jornal Zero Hora que nós queríamos
ser vistos como um partido democrático, que aceita a divergência de idéias que
muitas vezes é colocada um pouco preconceituosamente. Ainda, quem sabe, por
culpa nossa mesmo, nas páginas dos jornais, com a crítica mais candente. Eu,
falando com a Jornalista Leila Weber, disse: “eu acho que, hoje, nós vamos sair
de forma positiva, na Coluna”. Mas eu não acho ruim que, às vezes, ela diga,
com toda veemência, e faça crítica, porque ela é uma jornalista livre como
todos são dentro do jornal, faça aquela crítica que, para nós, serve como
elemento para que a gente corrija os erros. Então, esta nossa visão do
pluralismo, da democracia, da abertura, da defesa da liberdade de imprensa. Há
poucos dias, fizemos aqui uma Moção, esta Câmara aprovou, foi mandada para o
Jornal Folha de São Paulo, que estava sofrendo alguns reveses com relação ao
Governo Central, em alguns aspectos. Fizemos uma Moção pedindo para que
conservasse a linha editorial, que tivesse liberdade de dizer, porque nós
também poderíamos querer dizer as nossas coisas, e queríamos ter liberdade de
dizer. Eu acho que sempre fomos muito bem recebidos pelo Jornal do Comércio,
pela sua Direção de uma forma fidalga, democrática e de alto nível. Então, por
isso, a nossa homenagem aos 58 anos desse prestigioso jornal, e um carinho todo
especial à Srª Zaida e seus funcionários. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Antonio Hohlfeldt): Nós passamos
a palavra agora à Srª Zaida Jarros, que falará em nome do Jornal do Comércio.
A SRA. ZAIDA JARROS: Sr. Presidente da Câmara, Sr.
representante do Prefeito Municipal, Srs. Vereadores, Diretores do Jornal do
Comércio. Mais uma vez comparecemos a esta Casa do Povo da para receber uma
homenagem que muito nos toca, a da Câmara Municipal de Porto Alegre. Muito nos
toca, porque Porto Alegre é a cidade que nos viu nascer, crescer, e nesse dia
25 de maio completar 58 anos de trabalho. O Jornal do Comércio procurou servir,
na fundação, a um segmento importante da economia, e, hoje, abrange também a indústria,
a agropecuária, as finanças em geral e dedica espaços regulares às atividades
da política, entre as quais estão a Assembléia Legislativa e a Câmara de Porto
Alegre. Parlamento e imprensa caminham juntos, buscando os ideais, mesmo que os
enfoques desse ou daquele assunto, dessa ou daquela lei possam ser diferentes.
Tudo o que diz respeito a Porto Alegre, ao Rio Grande e ao Brasil interessa ao
Jornal do Comércio. Foi atendendo ao seu público leitor que o nosso Jornal
conseguiu completar 58 anos de circulação ininterrupta. Ditas estas palavras,
só nos resta agradecer, mais uma vez, a lembrança da Câmara Municipal em nos
homenagear. Nós agradecemos a homenagem e pedimos a Deus que ilumine os
representantes do povo de nossa Cidade, para que sempre consigam fazer o melhor
para as nossas instituições e pelo nosso comércio e indústria, particularmente.
Sejam todos felizes, façam um bom trabalho e acreditem nesta terra e neste
Brasil. Não há crise que resista ao esforço e ao trabalho do ser humano. Muito
obrigada a todos e que Deus os abençoe. Muito obrigada. (Palmas.)
(Não resisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE: A diferença do Jornal do
Comércio em relação às demais publicações desta Cidade, certamente, vimos
agora, é a condução da mão forte, firme, da Dona Zaida, a única mulher que
responde por um jornal nesta Capital.
Eu queria me permitir, Dona
Zaida, agradecendo a sua presença, em nome da Casa, a cobertura que o Décio
Azevedo vem fazendo das atividades da Casa e também a Companheira Weber, mesmo
como disse o Ver. Clóvis Brum: quando “metem pau” em algum Vereador da Casa ou
mesmo quando elogiam os Vereadores. Para nós é a velha máxima: se tiver que
falar mal, paciência! Mas continuem falando sobre a Casa, porque, para nós, o
importante é mostrar o que está sendo feito nesta Casa Legislativa.
O nosso agradecimento a esses
jornalistas, esses companheiros, que vêm nos acompanhando ao longo dos anos.
Vamos suspender os trabalhos por
cinco minutos para as despedidas, retornaremos depois para a Ordem do Dia.
(Suspendem-se os trabalhos às 15h29min.)
O SR. PRESIDENTE (às 15h36min): Estão reabertos os
trabalhos.
Passamos à
ORDEM DO DIA
VOTAÇÃO
RECURSO – Apresentado pelo Ver. Vicente Dutra contra decisão do Presidente, no
sentido do arquivamento do Processo nº 0724/91 – PLL nº 043/91.
O SR. PRESIDENTE: (Lê o Recurso.)
“Recurso:
Malgrado o entendimento em contrário da Auditoria e da Assessoria Técnica Parlamentar, não se pode perder de vista o alto alcance do Projeto, não sendo este o primeiro nem o último que, previamente batizado de inconstitucional ou de vício de iniciativa, o Legislativo discute, vota e aprova e recebe a sanção do Chefe do Executivo Municipal.
Por isto, solicito seja a matéria
submetida ao exame da colenda Comissão de Justiça e Redação.
Em 03 de abril de1991.
(a) Ver. Vicente
Dutra”
O SR. PRESIDENTE: Está colocado no parágrafo único
que cabe recurso ao Plenário São exatamente os dois casos que nós vamos decidir
hoje à tarde. A Mesa, portanto, quer deixar claro que não tem nenhuma posição
quanto ao mérito da matéria. O mérito será posteriormente avaliado pelas
Comissões Permanentes. A Presidência se limitou ao cumprimento do art. 144 ante
o Parecer da Auditoria. Enquanto recurso, cabem encaminhamentos de Liderança.
Com a palavra o Ver. Vicente Dutra.
O SR. VICENTE DUTRA: Sr. Presidente, consulto V. Exª
se cinco minutos é regimental e regulamentar?
O SR. PRESIDENTE: Vereador, os cinco minutos
correspondem aos encaminhamentos.
O SR. VICENTE DUTRA: Eu vou tenta resumir, Sr.
Presidente. O fundamento do nosso recurso, ele se baseia no direito de
tramitação de qualquer matéria de Vereador apresentada nesta Casa. Nós
Vereadores, eleitos por um expressivo seguimento da sociedade e que compomos a
representação do povo de Porto Alegre, não podemos sofrer na tramitação do
nosso processo qualquer entrave de ordem a obstaculizar o exame completo da
matéria em todos os seguimentos desta Casa. Se ao final o Projeto estiver
eivado de inconstitucionalidade, se tiver provado algum vício jurídico, se ele
não representar o acordo de vontade desta Casa, a vontade geral do povo por nós
representada, ele então será rejeitado no Plenário. Mas não podemos aceitar que
a tramitação de uma matéria a priori seja truncada quando não se examinou a
fundo ainda as questões legais – principalmente legais – que envolvem a
tramitação daquela determinada matéria. Mas no caso em questão, e vou me
adiantar porque eu poderia pegar a Lei Orgânica e citar “n” proposições que se
transformaram finalmente em letra da Lei Orgânica que falam da proteção ao
desvalido, da proteção ao carente, da proteção ao contribuinte, ao consumidor,
ao deficiente físico, e nossa Lei Orgânica, Ver. Ervino Besson, que ouve
atentamente, é rica, e V. Exª contribuiu muito com isto, como tantos outros
Vereadores, e em especial da Bancada do PT, que enriqueceu sobre maneira a
nossa Lei Orgânica com dispositivos que dão proteção ao deficiente. Acho que
talvez seja a única Lei Orgânica do Brasil, não conheço outra, que contempla a
reserva de 12% dos recursos destinados à educação para serem aplicados ao
ensino especial. Ensino especial que deveria contemplar democraticamente 12%,
no mínimo, da população, porque são dados da Organização Mundial de Saúde, de
que 10% da população mundial em qualquer lugar deste mundo, desta aldeia global
chamada mundo, nós teremos 10% de pessoas deficientes. A Organização Mundial da
Saúde, ela chega a se deter até nos percentuais de tipos de deficiência, como
por exemplo, 4% destes 10% de deficientes são doentes com problemas mentais,
isto é, são alunos que não têm condições de participar de uma aula dita normal,
precisam de um ensino especial. Um vírgula cinco por cento são deficientes
visuais, 1% auditivo, e assim por diante. Só para finalizar, a nossa Lei
Orgânica ela está repleta de artigos que contemplam a proteção, mas nós não
podemos ficar só no discurso, nós temos que tornar efetivos. Lá nas disposições
transitórias, este aspecto eu chamo a atenção muito particularmente,
especialmente, dos juristas da Casa, lá no art. 16, nas disposições
transitórias diz assim: o Município terá o prazo de um ano a contar da
promulgação da Lei Orgânica para instituir e organizar o serviço público de
assistência jurídica às pessoas e entidades sem recursos, para prover por seus
próprios meios a defesa dos seus direitos, que é a criação da defensoria
pública. Então, esta instituição prevista no art. 16 das disposições
transitórias da Lei Orgânica, nada mais é do que a defensoria pública, objeto
do nosso Projeto de Lei Complementar que tramita hoje nesta Casa. Por isso peço
então aos colegas Vereadores que acatem o recurso impetrado por este Vereador,
para que este Projeto tenha a sua tramitação normal na Casa, onde poderá ser
amplamente discutido em todas as esferas de exame administrativo e de andamento
jurídico dos processos e, logo após, teremos a discussão de Plenário e
votaremos favoráveis ou não ao Projeto, mas que ele tenha a sua tramitação.
Tenho certeza que, em tramitando, receberá a acolhida favorável dos Srs.
Vereadores e implantaremos afinal a defensoria pública, porque isto é bom para
Porto Alegre, que tem 1/3 de sua população carente, talvez uma das capitais
brasileiras com o maior índice de população carente. Portanto precisamos
amparar esta população, defendendo-a naqueles anseios e suas demandas contra a
própria administração, contra o Estado, contra a administração estadual ou
federal, contra a própria administração municipal nas suas demandas, contra a
iniciativa privada, que está desamparada. Enfim, este é o objetivo nobre da
Defensoria Pública, de propiciar a esta população carente um instrumento
eficiente de defesa de seus interesses junto aos diversos organismos. Peço o
apoio dos senhores, que em acatando nosso recurso, para que o processo tenha a
sua tramitação normal. Muito obrigado.
(Revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: A palavra, para encaminhar, com
o Ver. Adroaldo Corrêa.
O SR. ADROALDO CORRÊA: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, fomos autores da iniciativa de incluir na Lei Orgânica o serviço de
assistência jurídica comunitária, que propusemos assim, em contrariedade à
proposição do Ver. Vicente Dutra, com quem debatemos no período da formulação
da Lei Orgânica e que tinha a visão de uma assistência judiciária, de uma
defensoria cível somente. Dizíamos que o tema era mais abrangente, que as
necessidades mais urgentes da população às vezes se davam até na possibilidade
de desconhecimento de direitos seus, coisa que a mera informação supriria.
Vimos que no prazo de um ano, que também foi nossa proposta nas Disposições
Transitórias, ainda não foi concluído o trabalho que a Procuradoria Geral do
Município vem desenvolvendo para trazer a esta Câmara um Projeto do Executivo,
conforme a Lei exige. O prazo venceu! A urgência do Vereador é aquela da
relação diária com a comunidade: do serviço específico, da implantação no
bairro que tenha o Vereador e que veja essa carência de informação, essa
necessidade de assistência ser instituída. Nossa Bancada tem respeito pela
iniciativa, acredita seja competência do Executivo a instituição do novo serviço
que, inclusive, gerará ônus à Administração. A iniciativa do Vereador tem a
possibilidade de ser contemplada pelo próprio Executivo quando, por exemplo,
este possa emendar, talvez substituir o Projeto do Vereador por intermédio da
Bancada do seu Partido. Essas são hipóteses. A tramitação proposta no recurso,
pelo Ver. Vicente Dutra, acelera esse procedimento e é razoável e legítimo que
assim o faça. Como Vereador que fez essas duas inserções na Lei Orgânica, a
partir de um estudo próprio, na época, e depois o debate, na Câmara, eu mesmo
tinha a iniciativa, já disse ao Vereador que tenho formulado um Substitutivo ao
seu Projeto, que não é exatamente da defensoria, mas é uma procuradoria
comunitária que tem relação exata com a possibilidade de custos imediatos serem
bancados já no próprio orçamento da Prefeitura, mas que também demanda corpo
funcional próprio, não gera autonomia do serviço que a procedência do Projeto
do Ver. Vicente Dutra coloca. Acreditamos que há possibilidade de
compatibilizar o conjunto das visões. A Bancada não pode ser contra a
tramitação na medida em que o prazo faleceu, mas não apenas por isso, também
pela urgência da demanda. A Bancada, embora com pensamento diferenciado,
internamente, aposta que a tramitação pode ser também o espaço da negociação
entre o Legislativo e o Executivo, que tem as suas proposições, e o espaço será
constituído para isso no debate das Comissões e na própria constituição de um
fórum que venha a discutir isso, envolvendo a comunidade interessada, através
da sua representação. Pelo nosso entendimento, a tramitação procede por essa
razão política, na medida em que, juridicamente nos cabe recolher a informação
da Auditoria como sendo correta, de que a competência é explicitamente do
Executivo na criação do novo serviço e, principalmente, na atribuição de ônus
por esse serviço a um orçamento já votado. Gostaríamos de dizer que em breve
estaríamos discutindo a nossa iniciativa com a Procuradoria, o que não foi
feito antes em função das diversas situações por que passa o serviço municipal;
a greve dos funcionários determinou também atrasos em cronogramas. A nossa
orientação é construir, não a visão do autor – nem do Ver. Vicente Dutra nem a
minha, que vinha sendo estudada, embora não pública, mas que já tem colocada essa
questão em função de corresponder ao trabalho que fizemos na Lei Orgânica – mas
uma que possa corresponder à visão da Câmara de Vereadores com o Executivo, na
relação da necessidade de implantar verdadeiramente o serviço. Ficaria com essa
orientação inicial, apostando que a Câmara pode constituir esse espaço e está
legitimamente autorizada pela Lei Orgânica a fazer isso. Muito obrigado.
(Revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Clóvis
Brum.
O SR. CLÓVIS BRUM: Sr. Presidente, Srs. Vereadores,
recebi, Ver. Vicente Dutra, há poucos minutos, o Processo nº 1421, que é também
um recurso à Comissão de Justiça, do Ver. Wilton Araújo, ao Parecer da
Assessoria Técnica Parlamentar. Em relação à matéria do Ver. Vicente Dutra ao
Processo nº 0724/91, vamos esclarecer algumas coisas que entendemos devam ser
esclarecidas. Estranho procedimento da Auditoria da Casa, não só pela
experiência que esses profissionais têm no trato de matéria jurídica, mas por
desconhecer o “caput” do art. 1º da proposta do Vereador. Art. 1°: “Fica o
Executivo autorizado...” A Câmara está autorizando. Há uma doutrina nacional
que reconhece que o projeto autorizativo, mesmo que leve no seu bojo, Ver.
Vicente Dutra, o vício da inconstitucionalidade, passa a ser constitucional a
partir da sanção do Prefeito. O procedimento, no caso, é um procedimento
autorizativo. A Auditoria tem dado vários pareceres dizendo que “... embora a
iniciativa seja do Poder Executivo, etc., etc., trata-se de uma matéria
meramente autorizativa”. Ou seja, o Prefeito poderá usar ou não a lei; em
sancionando, ela se torna constitucional e ele poderá usá-la. Mas não é esse o
problema todo. O problema todo é que o Presidente da Casa baixou à Assessoria
Técnica Parlamentar para parecer. Eu lembro aos Srs. Vereadores que a
Assessoria Técnica Parlamentar é um corpo completamente estranho ao rito
processual legislativo. A Assessoria Técnica Parlamentar, Ver. Elói Guimarães,
é um corpo estranho, ela não existe no mundo processual legislativo. Vejam bem
que fácil estaria para o Presidente da Casa ouvir uma manifestação da Auditoria
que, à luz da Lei Orgânica, do Regimento Interno e da organização da Casa,
instrui todos os processos. Mas a Assessoria Técnica Parlamentar, preenchida
por detentores de cargo de confiança... Eu examino me colocando no lugar do
Presidente da Casa. Eu, Presidente da Casa, observo um parecer da Auditoria da
Casa contrário a um Projeto, baixo em diligência para parecer da Assessoria
Técnica Parlamentar, composta por funcionários detentores de Cargo em Comissão
e observo um parecer contrário ao da Auditoria; então, há um choque de
pareceres. Não! Em hipótese alguma, os pareceres da Assessoria Técnica
Parlamentar podem existir no corpo, na estrutura do processo legislativo. Então
se costuma dizer que quando uma parte do corpo está afetada, ou todo o corpo
está afetado ou esta parte do corpo é estranha ao corpo. Portanto, não deveria,
este parecer nem estar nos autos. Este parecer da Assessoria Técnica
Parlamentar só pode ser entranhado num processo por deliberação da Casa, por
requerimento de quem solicitou este parecer, ouvido o Plenário da Casa.
E, mais adiante, há um equívoco
do Sr. Presidente mandando que a matéria seja arquivada. O que diz o art. 144,
inciso I, do Regimento Interno? (Lê o art. 144, inciso I, do Regimento
Interno.)
Mas de qualquer maneira está aí o
recurso e eu voto pelo tramite desta matéria no rito processual da Casa,
encaminhando-se às Comissões Técnicas para os correspondentes pareceres. Este é
o encaminhamento. Multo obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Encaminha pelo Partido da Frente
Liberal – PFL – o Ver. Artur Zanella.
O SR. ARTUR ZANELLA: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, eu pretendia fazer um tipo de encaminhamento, mas vou encaminhar
também me louvando nas palavras do Ver. Clóvis Brum, que labora, ao menos no
meu entender, num equívoco imenso sobre as prerrogativas e até a
responsabilidade desta Casa.
Eu ia dizer, Sr. Presidente, que
neste Projeto todos têm razão. Tem razão a Auditoria da Casa em apontar que
cabe ao Poder Executivo o encaminhamento, tem razão e tem o dever de apontar.
Isto não impede, o Ver. Clóvis
Brum colocou bem, que a Casa opine e vote na expectativa de que o Sr. Prefeito
acolha. Se acolhido, liquida-se o problema do vício de origem; não acolhido,
vem a esta Casa e votamos o Veto, se for o caso; acolhemos ou derrotamos o Veto
e assumimos a responsabilidade por isto.
Então, Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, creio que todos têm razão até o presente momento. A diferença, Ver.
Clóvis Brum, é que o Ver. João Motta tem um projeto que cria, por exemplo, um
conselho, um serviço de defesa do consumidor, é a mesma coisa do Projeto do
Ver. Vicente Dutra; o Ver. João Motta cria cargos, uma série de procedimentos,
aumenta custos, imagino que o Ver. João Motta já tenha no Executivo a garantia
de que vai sancionar; o Ver. Gert Schinke tem um projeto que dá incentivos
fiscais, como eu tenho; o Ver. Wilson Santos tem, só que o Ver. Gert Schinke já
conversou com o Prefeito e ele diz que vai sancionar só o dele. A diferença,
Ver. Clóvis Brum, é que o Partido do Governo faz a mesma coisa, mas tem as
costas quentes. Só que o Partido do Governo ganhou as eleições. Ao vencedor as
batatas, como dizia Machado de Assis.
Agora, Ver. Clóvis Brum, dizer
que esta Casa não necessita da Assessoria ou que ela é um corpo estranho, que
deveria ser expurgado dos autos, isto, Vereador, com esta manifestação está
fazendo uma coisa que V. Exª sempre foi contra, que é a censura. Nós precisamos
botar no processo todas as manifestações que forem úteis para a solução, para a
boa votação dos projetos. Cabe a nós concordar ou não com isto. E o Presidente
da Casa foi muito cauteloso em enviar tanto para a Auditoria, como é sua
obrigação, como para a Assessoria Técnica Parlamentar estes dois Projetos. Acho
que a Câmara deve manter a tramitação destes Processos, acho que eles não devam
ser arquivados.
Agora, Ver. Clóvis Brum, tendo a
possibilidade de uma Assessoria extra, que nos nossos gabinetes não é possível
obter, porque vêm aqui projetos de todos os tipos...
O Sr. Clóvis Brum: Pode e deve usar, Vereador.
O SR. ARTUR ZANELLA: Deve usar? Então já melhoramos.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa faz um apelo para que não
haja apartes anti-regimentais.
O SR. ARTUR ZANELLA: Eu faço um apelo, Sr.
Presidente, que se for um aparte como este do Ver. Clóvis Brum, que façam
apartes anti-regimentais, porque descubro agora que o Ver. Clóvis Brum é a
favor da existência da Assessoria Técnica Parlamentar, exatamente. É bom que
eles opinem e nós vamos seguir ou não as sugestões da Assessoria. Eu acho
correta a participação do Ver. Clóvis Brum, no momento em que ele diz que é
útil a Assessoria e ele foi um de seus criadores. A Assessoria é uma grande
conquista desta Casa.
Encerro, Sr. Presidente. A Assessoria
Técnica Parlamentar, na gestão anterior, com o Ver. Valdir Fraga, foi utilizada
por mim diversas vezes. Lembro do Lupicínio Rodrigues Filho e tantos outros que
lá estavam e acho absolutamente correta toda a tramitação deste Projeto. Acho
que o Sr. Presidente não deveria arquivá-lo de plano e sim encaminhá-lo ao
Plenário, como está fazendo agora, e, em vindo ao Plenário, acho que o processo
deve tramitar, ser votado, e a Câmara, se aprovado, deve lutar para que ambos
processos tenham, efetivamente, êxito naquilo a que se propõem. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Encaminha pelo Partido
Democrático Trabalhista – PDT – o Ver. Elói Guimarães.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente e
Srs. Vereadores. Nós entendemos que a fórmula proposta pelo Projeto, de autoria
do Ver. Vicente Dutra, é adequada. Há um entendimento de que o Poder Executivo
tem competência convalidatória. Nós entendemos que não. E nesse sentido nós
poderíamos arrolar uma série de tratadistas da matéria, e trazer também algumas
Súmulas do Supremo Tribunal Federal.
Mas o que importa, Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, é que a forma é adequada. E eu aproveitaria também
para externar aqui a minha opinião na questão da Assessoria. Eu acho importante
a Assessoria Técnica Parlamentar. Todavia, Presidente, a Assessoria Técnica
Parlamentar não pode deliberar, ela é um órgão de assessoria. Eu diria que ela
não é uma agente do processo, é apenas um órgão de informação, de instrução, de
assessoria aos agentes integrantes do procedimento. Não é um órgão na estrutura
processual da Casa, que tem a capacidade legal, orgânica, capaz de indeferir,
mas pode sim, e deve, e é importante como órgão de assessoramento aos agentes
que integram o processo legislativo.
No que respeita ao mérito, nos
ocorre aqui uma passagem de Ovídio, o Jurisconsulto Romano, que diz: “Cúria Palperis Clausa est”. Significa
dizer que o Tribunal está fechado para os pobres. Então, Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, significa dizer que no mérito o Projeto e o instituto criado na Lei
Orgânica do Município busca, exatamente, não só o cumprimento de finalidades
escritas na Constituição. Se criou hoje, está disposta na Constituição Federal
e nas Constituições Estaduais a criação das Defensorias Públicas. Nos próprios
termos da Constituição e no ordenamento jurídico-constitucional, hoje, para se
ingressar em juízo é indispensável a capacitação profissional. Então me parece
que a criação da Defensoria Pública no Município de Porto Alegre é um
instrumento importante e que vem criar as condições para que se efetive em toda
a sua extensão a possibilidade de o povo ter acesso ao juízo, a possibilidade
de o povo ter acesso à Justiça. Neste sentido, nós encaminhamos favoravelmente
à iniciativa do Ver. Vicente Dutra pela forma no Projeto colocada. Autoriza o
Executivo a criar a Defensoria ou o organismo jurídico e não determina, porque,
aí, nós entraríamos na figura da convalidação que, no nosso entender, seria uma
incompetência de parte do Legislativo. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Não havendo mais inscrições para
o encaminhamento, e havendo “quorum”, nós colocamos em votação o Recurso,
apresentado pelo Ver. Vicente Dutra, da decisão da Presidência no sentido do
arquivamento do Processo nº 0424/91 – Projeto de Lei do Legislativo nº 043/91.
O SR. CLÓVIS BRUM (Requerimento): Sr. Presidente,
solicito votação nominal.
O SR. PRESIDENTE: Em votação o Requerimento do
Ver. Clóvis Brum de votação nominal. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Solicito ao Sr. 1º Secretário que
proceda à chamada nominal dos Srs. Vereadores para a votação.
O SR. 1º SECRETÁRIO: (Procede à chamada e colhe os
votos dos Srs. Vereadores.) Sr. Presidente, 18 Srs. Vereadores votaram SIM e 04 Srs. Vereadores optaram pela ABSTENÇÃO.
O SR. PRESIDENTE: APROVADO o Recurso, garante a
tramitação do Projeto.
(Votaram SIM os Vereadores: Artur Zanella, Clóvis
Brum, Clovis Ilgenfritz, Décio Schauren, Elói Guimarães, Ervino Besson, Isaac
Ainhorn, João Dib, João Motta, Leão de Medeiros, Letícia Arruda, Mano José,
Nereu D’Ávila, Vicente Dutra, Vieira da Cunha, Wilson Santos, Adroaldo Corrêa e
Heriberto Back. ABSTIVERAM-SE de votar os Vereadores: Airto Ferronato, José
Valdir, Edi Morelli e Giovani Gregol.)
RECURSO – apresentado pelo Ver. Leão de Medeiros contra decisão do Presidente
no sentido do arquivamento do Processo n° 2368/90 – PLL nº 163/90. (Lê.)
O SR. PRESIDENTE: (Lê o Recurso.):
“Sr. Presidente:
Com a devida vênia, o arrazoado
de fls. 08/10 não tem o condão de coarctar a intenção do PLL n° 163/90, pois
está o mencionado Parecer misturando coisas de gêneros e espécies diferentes.
O Projeto em análise tem por
finalidade não deixar as concorrências fora do alcance do Legislativo, sem que
tal signifique o sentido hierárquico emprestado pelo parecerista em sua
explanação.
Ora, trata-se de uma simples
comunicação do Executivo e os Vereadores poderão ou não comparecer a qualquer
fase do certame licitatório, dependendo da importância e do interesse do objeto
da concorrência. Como se vê, o Projeto não obriga a participação legislativa,
mas, apenas, dá a oportunidade desta participação.
Não há por que criticar ou
condenar o alto e nobre objetivo do Projeto, porque o Sr. Prefeito Municipal
apenas remete à Câmara a programação das licitações da espécie concorrência, e
os Edis, se acharem conveniente ou oportuno, poderão, ou não, acompanhar os
diversos segmentos do ato administrativo da concorrência.
Isto não significa intromissão
indevida. Trata-se, isto sim, de salutar convivência democrática entre
Executivo e Legislativo, em que a responsabilidade pelas despesas públicas de
grande vulto ficará compartilhada entre Prefeito e Vereadores.
Entendeu o parecerista que
haveria intromissão de parte do Legislativo nos negócios do Executivo e na
execução do Orçamento. Ledo engano. Em primeiro lugar, não há, nos Estados de
Direito, a pretensa separação de Poderes, como se fossem estanques, sem
intercomunicabilidade. Tal idéia está deturpando o sentido real e efetivo da
filosofia de Montesquieu. O que existe na Democracia é o equilíbrio de Poderes,
que os ingleses e americanos chamam de cheks
and balances e que o Direito Brasileiro deu o nome de freios e
contra-pesos, através do qual um Poder limita o outro.
O pensamento de Charles-Louis de
Secondat, Conde de Montesquieu, nunca foi no sentido de os Poderes ficarem
estanques e incomunicáveis em todas suas manifestações. O “De L’Esprit des Lois”; editado em 1748, na realidade propugnou a
existência de um governo que fosse a resultante da interação dos três Poderes
do Estado, no mesmo sentido que se tem hoje de que a Administração é a
interação de todos os órgãos dos três Poderes.
Portanto, as tarefas públicas não
são estanques, há um compartilhamento de todos os Poderes, segundo o grau de
especialização de cada um deles.
No caso em comento, o Executivo
presta contas ao Legislativo, por obrigação de natureza constitucional, logo
nada obsta que o faça simultaneamente no decorrer do exercício, abreviando o
trabalho que lhe compete depois de encerrado o ano econômico-financeiro.
Trata-se de economia de tempo e de facilitação de cumprimento de tarefas. Nada
mais.
Por isso, Sr. Presidente,
solicito que V. Exª determine o reexame dos Pareceres da Auditoria e da ATP, da
Casa, ou, indeferida a pretensão, seja recebido este, nos termos regimentais,
como recurso ao Plenário da decisão dessa Presidência.
Em 07 de maio de 1991.
(a) Ver. Leão de
Medeiros.”
O SR. PRESIDENTE: Recurso apresentado pelo Ver.
Leão de Medeiros contra decisão da Presidência no sentido do arquivamento do
Processo nº 2368/90 – PLL nº 163/90.
Observação: Da mesma forma do
Processo anterior, a aprovação do Recurso autoriza a tramitação do Projeto.
Para orientação dos Srs. Vereadores, estão distribuídos os avulsos igualmente à
matéria em discussão. Da mesma forma que, no caso anterior, a base de
arquivamento é o Parecer Prévio da Auditoria, que no término da sua análise diz
que a matéria de que trata o presente Projeto de Lei do Legislativo nº 163/90,
por inserir-se dentro do controle interno, está em desconformidade com os arts.
70, 71 e 74 da Constituição Federal. Com base nesse Parecer da Auditoria, a
Presidência da Casa determinou o arquivamento do Processo, com base no art.
144, inciso II, que é o da inconstitucionalidade. Da mesma forma, no Parágrafo
Único, cabe Recurso do Vereador ao Plenário. Portanto, na verdade, a matéria em
discussão é a mesma, apenas a base de arquivamento foi diversa, neste caso a
inconstitucionalidade; no caso anterior, a inorganicidade. Da mesma forma que
no processo anterior, encaminhamentos com votações durante cinco minutos do
autor e das Lideranças. Questão de Ordem com o Ver. Clóvis Brum.
O SR. CLÓVIS BRUM (Questão de Ordem): Sr.
Presidente, eu não gostaria de usar os cinco minutos de encaminhamento, mas
manifesto, na condição de Líder, a mesma posição favorável, idêntica a do
Processo recentemente votado.
O SR. PRESIDENTE: Está registrado Ver. Clóvis
Brum. Não há inscrições para encaminhamentos.
Em votação o Recurso do Ver. Leão
de Medeiros. Os Vereadores que votarem “sim” votam pelo Recurso, e, portanto,
pela tramitação do Processo. Os Vereadores que votarem “não” votam contra o
Recurso, portanto a favor da decisão da Mesa, que é o arquivamento do Processo.
Em votação. (Pausa.) Os
Vereadores que aprovam o Recurso permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO com abstenção do Ver. Airto
Ferronato e do Ver. Adroaldo Corrêa.
Requerimentos apresentados à
Mesa. Requerimento apresentado à Mesa de autoria do Ver. Airto Ferronato,
solicitando a realização de uma Sessão Solene, no dia 19 de setembro, para
homenagear o Instituto Santa Luzia e a Escola Especial Concórdia.
Para encaminhar Ver. Airto
Ferronato.
O SR. AIRTO FERRONATO: Sr. Presidente e
Srs. Vereadores, vamos encaminhar este nosso Requerimento para que se coloque o
que pretendemos nesta data. Na semana de 16 a 22 de setembro deste ano,
aniversaria os 50 anos de sua existência a Escola Instituto Santa Luzia, e,
nesta mesma semana, completa 25 anos a Escola Especial Concórdia, que é uma
escola para deficientes auditivos, dizendo que a Escola Concórdia é a única no
Brasil que tem curso de 2° grau com especialização técnica profissional para
deficientes auditivos, e dizer que para o Instituto Santa Luzia já há aprovação
desta Casa...
O SR. PRESIDENTE: Solicito silêncio, e aproveito
para registrar a presença do Ver. Gastão Souza de Santo Antônio da Patrulha.
O SR. AIRTO FERRONATO: ... Para a realização
da Sessão que presta a homenagem aos 50 anos do Instituto Santa Luzia, e este
Requerimento é da iniciativa do Ver. Vicente Dutra. Nós conversamos com o
Vereador, e por coincidência de datas, e porque ambas as escolas são especiais,
uma para deficiente visual, e a outra para auditivos, entendemos oportuna a
realização de uma Sessão conjunta para prestar a homenagem aos dois Institutos.
Obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Encaminha pelo Partido Democrático Social
– PDS – o Ver. João Dib.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores. “Solene: Celebrado com pompa e magnificência, acompanhado de
formalidades ditadas por leis ou costumes; imponente”. Isso é o que diz o
Dicionário Aurélio em relação à solene. Não posso admitir que se faça uma
Sessão Solene e o Presidente presida a Sessão de mangas de camisa, quando os
oradores também vêm à tribuna de mangas de camisa. Tenho a impressão de que –
estou apresentando no novo Regimento Interno isto – o traje do Vereador é de
passeio completo. Não podemos deixar a Câmara ficar do jeito que está
acontecendo. Temos um pouquinho mais de responsabilidade, temos de estar sempre
bem vestidos para que as pessoas que aqui venham não se sintam até mal conosco.
Vou votar favoravelmente à proposição do Ver. Airto Ferronato de Período de
Comunicações para homenagens, mas esmerando que os Pares saibam o que é Sessão
Solene. Vivemos fazendo Sessões e estamos sempre à mercê que de apareça alguma
autoridade de uma hora para outra e devemos estar convenientemente trajados,
como diz o Regimento Interno. Mas, como alguém entende que “convenientemente
trajado” é colocar gravata, mesmo jogando-a para trás, aparecemos no Plenário
em “mangas de camisa” e gravata. Isso é muito ruim para a Casa que representa o
povo. E o povo se apresenta em “mangas de camisa”, mas também se apresenta como
hoje se apresentaram os nossos homenageados: completamente trajados. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Em votação. Os Srs. Vereadores
que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
O Secretário dará conhecimento ao
Plenário de Requerimento apresentado à Mesa.
O SR. 1º SECRETÁRIO: Do Ver. Antonio Hohlfeldt, de
Voto de Congratulações com a Associação Gaúcha dos Advogados Trabalhistas, pela
posse da nova Diretoria; do Ver. Artur Zanella, de Votos de Congratulações com
o Lindóia Tênis Clube, com a Sociedade Gondoleiros, com a Sociedade de
Ginástica Porto Alegre – SOGIPA –, com o Clube Farrapos e com a Sociedade
Leopoldina Juvenil, por terem sido escolhidos Destaques do Ano/Categoria
Eventos (Clubes); com várias pessoas, por terem sido escolhidas Destaques Sociais
do Ano/1990, Categoria Dirigentes de Clubes; do Ver. Clóvis Brum, de Voto de
Congratulações com “O Grupo”, órgão informativo do Grupo Hospitalar Conceição,
pela excelente matéria veiculada no referido Jornal; da Verª Letícia Arruda, de
Voto de Pesar pelo falecimento de Ernesto Francisco Silva Filho; do Ver. Nelson
Castan, de Voto de Congratulações com a Fundação de Educação e Cultura do Sport
Club Internacional, pelo Projeto Cultural por esta desenvolvido, a ocorrer
durante o corrente ano; do Ver. Nereu D’Ávila, de Voto de Congratulações com a
Jornalista Eunice Jacques, pela matéria publicada dia vinte e três do corrente,
com o título “Modismos políticos”.
O SR. PRESIDENTE: Em votação. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que os aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADOS.
Requerimento do Ver. Wilson
Santos, solicitando que o período de Comunicações da Sessão Ordinária do dia
vinte e sete de junho do corrente ano seja dedicado a homenagear o Dia do
Bombeiro. Para encaminhar, com a palavra o Ver. Clóvis Brum.
O SR. CLÓVIS BRUM: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, é um Requerimento de autoria do Ver. Wilson Santos, que solicita o
período de Comunicações. Tenho votado favorável quando se pede a dedicação de
um Grande Expediente ou de período de Comunicações. Significa que esses
períodos, nos dias aprazados pelos autores, naqueles dias, quatro Vereadores
não falarão. Será uma homenagem ao Corpo de Bombeiros esta de agora, e votarei
favorável. Só lamento que o autor do Requerimento não esteja presente no
Plenário, porque a matéria, me parece, é significativa e tenho certeza que, se
o Ver. Wilson Santos estivesse no Plenário, a homenagem ao Corpo de Bombeiros
começaria nesta tarde, através dos encaminhamentos, porque ele, Ver. Wilson
Santos, na condição de Capitão da Brigada Militar, melhor do que nós, faria
este encaminhamento.
Portanto, a ausência do Ver.
Wilson Santos prejudica este momento que eu considero o momento mais importante
da homenagem. É quando o Plenário, na sua plenitude, aprova a dedicação deste
período para homenagear, porque, no dia da homenagem, podem estar 2/3 dos
Vereadores. Agora está o Plenário deliberando, portanto, este momento é
altamente significativo: quatro Vereadores deixarão de usar os seus espaços em
Comunicações nesse dia para que outros Vereadores prestem homenagem ao Corpo de
Bombeiros.
Acho que se o Vereador-Autor do
Requerimento estivesse presente seria bastante significativo. Não para este
Vereador, mas para seus companheiros que vão votar a sua proposta, mesmo na sua
ausência, e para o próprio organismo que vai ser homenageado.
Para concluir, Sr. Presidente, em
se tratando de Sessão Solene, enfim, de requerimentos, de proposições,
quaisquer tipos de proposições, não deveriam ser votados na ausência de seu
autor. Eu, rigorosamente, acho isto, porque um dia votaremos favorável, outro
dia poderemos ter posições contrárias e votar contrariamente e daí o autor da
proposição, do projeto de resolução, projeto de lei, projeto de lei
complementar, enfim, o autor de qualquer proposição poderá argüir que na sua
ausência a votação foi contrária as suas postulações.
Portanto, vamos encaminhar
favoravelmente e votar favoravelmente, porém registramos a ausência do autor e
quem sabe em outra oportunidade até pedindo o adiamento desta matéria, hoje é uma
homenagem. Quem não vai prestar uma homenagem ao Corpo de Bombeiros, que hoje é
comandado pelo Coronel Celso, meu grande amigo, grande pessoa e grande
comandante, mas poderá amanhã ter um Projeto de autoria de um Vereador, ausente
do Plenário, e esse projeto sucumbir pela defesa que fatalmente faltará ao
Projeto, porque o autor está ausente, mas registrado isso votamos favorável.
Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Artur
Zanella.
O SR. ARTUR ZANELLA: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, eu hoje estou com algum problema com o Ver. Clóvis Brum, a quem eu
sempre apoio. Eu estou preocupado Vereador, porque eu me inscrevi achando que
V. Exª seria contra o Requerimento e ao final V. Exª foi a favor. Então, eu
também sou a favor da Sessão Solene, apesar de reconhecer, como bem lembrou o
Ver. Leão de Medeiros, que os Bombeiros já foram homenageados nesta Casa no dia
em que homenagearam os Policiais Militares, no dia 21 de abril; este ano, que é
o dia de Tiradentes, o que na verdade será um bis in idem ou um plus,
como diz sempre o Ver. Wilson Santos que é o autor, ou um “pli” como diz o Dr.
Collares. Por falar nisso, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, me lembra o “pli”
nas regras desta Casa que nós devemos seguir que farão com que outro
Requerimento que trata dos Agentes de Cultura, que somente será votado na
próxima Sessão, tendo em vista as regras Regimentais que fazem com que um
Requerimento que entre numa Sessão somente será votado na Sessão subseqüente.
Isso me impedira também de dar o apoio àquele Requerimento que trata dos
professores que atuam na área de cultura do Rio Grande do Sul. Eu vi, Sr.
Presidente, estampadas em um jornal, esses dias, duas afirmações que me
deixaram perplexo: que dizia que a educação é mais que a cultura e que por isso
a cultura deveria cingir-se aos interesses da educação, quando eu sempre pensei
na minha vida que as duas corriam juntas. E também vi, Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, e aproveito a oportunidade, que uma Secretária do Estado teria
feito um escrito ou coisa assim de ordem superior de outra Secretaria, fazemos
isto, etc., etc.
O SR. NEREU D’ÁVILA (Questão de Ordem): Sr. Presidente, eu lamento ter que fazer esta Questão de Ordem, mas
acho profundamente anti-ético da parte do Ver. Zanella ocupar o tempo para
discutir assunto de bombeiro, encaminhamento de votação e pela presença de
algumas pessoas no Plenário ele entra em assunto que não tem nada a ver,
fazendo críticas estapafúrdias, é uma questão a que eu peço o cumprimento do Regimento.
Numa outra Sessão em que estávamos homenageando pessoas, o Ver. Zanella entrou
e falou sobre café com leite. Tem que cumprir o Regimento. O Vereador está
encaminhando a questão do Requerimento dos bombeiros, Ver. Wilson Santos, ele
não pode falar sobre outro assunto.
O SR. PRESIDENTE: Ver. Zanella, a Mesa faz um
apelo a V. Exª que se atenha à matéria em votação.
O SR. ARTUR ZANELLA: Primeiro vou esclarecer ao Ver.
Nereu que na Sessão a que V. Exª se refere era uma análise sobre a Rerum Novarum, nós não estávamos
homenageando a Rerum Novarum, nós
estávamos analisando a Rerum Novarum,
os avanços sociais, e eu mostrava que projetos sociais se incluem numa Rerum Novarum que não estava sendo
homenageada, tanto é que o autor da Sessão era o Ver. Lauro Hagemann, que, como
V. Exª sabe, não é um adepto do Papa, do Papismo, nem da religião do Papa, que
escreveu a Rerum Novarum há 100 anos
atrás. Mas, Ver. Nereu, V. Exª tem razão no encaminhamento, eu estava dizendo
que o encaminhamento dos Requerimentos faz com que o Requerimento, entrando
hoje, seja votado na próxima Sessão, que é o caso dos nossos amigos da cultura,
e que o Requerimento do Ver. Wilson Santos, como entrou ontem, está sendo
votado agora, neste momento, padece, apesar do seu alto mérito, e é isto que o
Plenário vai decidir, padece dessa imprecisão de que a categoria já foi
homenageada aqui este ano, aqui na Casa. Mas como eu acho que os bombeiros,
assim como os trabalhadores de cultura, merecem a nossa maior homenagem, o
nosso maior apoio, eu votarei a favor do Requerimento do Ver. Wilson Santos.
Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Em votação o Requerimento do
Ver. Wilson Santos. Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados.
(Pausa.) APROVADO, com abstenção do
Ver. Leão de Medeiros.
O SR. VIEIRA DA CUNHA (Questão de Ordem): Nesta Questão de Ordem, formulo um Pedido de Informações, mas faço-o
informalmente, porque acho que V. Exª vai compreender as razões. Está havendo
uma obra ao lado do Plenário e gostaria que V. Exª informasse o que está sendo
feito ali, porque me disseram que seria um depósito de gás. Isto me preocupa
pela segurança.
O SR. PRESIDENTE: Peço ao Ver. Clovis Ilgenfritz
que lhe informe.
O SR. CLOVIS ILGENFRITZ: Esclarecendo:
primeiro, é uma central de gás, conforme consta do projeto original, com todos
os requisitos técnicos que a legislação exige para a segurança. Ela é fechada,
com a circulação de ar que é necessária, e está saindo de um lugar onde que
está instalada precariamente onde, realmente, é muito perigoso. Então, é uma
preocupação fazer essa central externa de uma vez por todas e com a proteção e
a tecnologia que a Lei exige, que nós, profissionais, conhecemos. Posso
tranqüilizá-lo de que ela vai ser feita desse modo. Se não for assim, nós
também não queremos.
O SR. PRESIDENTE: Ver. Vieira da Cunha, de
qualquer maneira à resposta rápida e objetiva, a Presidência convida V. Exª
posteriormente a dialogar mais detidamente, extensivo a qualquer Vereador da
Casa, para que tenha esclarecimentos. Nós já fizemos uma reunião com as
Lideranças em que abordamos a questão dos gabinetes e temos prevista uma
segunda reunião, onde vamos aprofundar as demais obras que estão sendo
desenvolvidas. De toda maneira, a Mesa agradece a V. Exª pela preocupação.
O SR. JOSÉ VALDIR (Questão de Ordem): Sr.
Presidente, já que estamos no assunto, quero reiterar um Pedido de Informações
verbal que fiz no Plenário, na semana passada, sobre a relação dos Vereadores
funcionários públicos e sua situação funcional.
O SR. PRESIDENTE: Solicitaria da Diretoria
Legislativa que nos desse conta, até o final da Sessão, da Questão de Ordem do
Ver. José Valdir, que nós solicitamos fosse tramitada junto à Diretoria
Administrativa, sobre os Vereadores funcionários públicos e a sua vinculação
salarial.
O SR. JOSÉ VALDIR: Situação funcional, Sr.
Presidente. Quero dizer que não tenho pressa, apenas quero reiterar o Pedido.
Muito obrigado.
O SR. ARTUR ZANELLA (Questão de Ordem): Sr. Presidente, comunico que cedi meu tempo ao Ver. Leão de Medeiros.
O SR. PRESIDENTE: Fica registrado, Ver. Zanella.
Essa Presidência registra, a
propósito das observações do Ver. João Dib, que o art. 185 do Regimento Interno
diz que é dever do Vereador, inciso I: “Apresentar-se decentemente trajado e
comparecer às Sessões Plenárias com gravata”. Artigo 206: “É permitido a
qualquer pessoa assistir às Sessões Plenárias da Câmara, desde que
convenientemente trajadas e em silêncio”. Não recebemos nenhuma queixa dos
homenageados de hoje quanto ao traje do Sr. Presidente.
Liderança com o Ver. João Motta.
O SR. JOÃO MOTTA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores,
gostaríamos, nesses cinco minutos, de registrar nossa visão crítica em relação
a esse episódio protagonizado pelo novo Governador do Estado, que me parece – e
essa é uma visão pessoal –, mais uma vez se utilizando da razão absoluta do
Estado, faz com que a liberdade e a possibilidade do diálogo acabe-se
subsumindo sob o manto do chamado interesse público. Achamos que sempre que um
projeto político for informado por essa lógica necessariamente estará
soterrando a possibilidade da pluralidade, do respeito aos direitos
individuais. A queda do muro de Berlim é, talvez, nos anos 1980, nos anos 1990,
um sinal de que toda essa razão e essa racionalidade, sempre que acontecer
conosco, no nosso cotidiano, deve ser criticada. Não é outro senão esse o
objeto desta Moção de Solidariedade que tomamos a iniciativa de articular,
juntamente com outros Vereadores aqui no Plenário, e que será votada
sexta-feira próxima, em que, em síntese, estamos fazendo esta Moção porque
entendemos ser fundamental defender a cultura como um valor fundamental para a
sociedade que queremos construir e afirmar neste momento, uma sociedade onde
não se use este fetiche de que a cultura é um luxo e a educação é uma
prioridade.
Portanto, gostaríamos de
reafirmar, com a permissão, e assumirmos que esta visão não é consensual aqui
na Câmara, a atividade cultural como sendo também uma prioridade de qualquer
governo, independente de partido, de regime político ou até mesmo de nação, de
que a reforma administrativa, por exemplo, que hoje está se propondo no Governo
Collares, ela deve necessariamente levar em conta não só o fim de eventuais
privilégios, Ver. Vieira da Cunha, mas fundamentalmente o trabalho já desenvolvido
e a manutenção e a valorização de profissionais responsáveis por esta estrutura
existente no Estado do Rio Grande do Sul, que é uma conquista da sociedade.
Gostaria, também, ao encerrar, de
externar a todos os Vereadores um convite que faço em nome do Presidente da
Comissão de Justiça, Ver. Vicente Dutra, para que permaneçam no Plenário,
porque, imediatamente após, vamos fazer uma reunião da nossa Comissão de
Justiça, que ouvirá rapidamente os companheiros e companheiras presentes que
trabalham na área da cultura no Estado do Rio Grande do Sul e que exporão os
fatos para nós. Fica aqui o convite, e o faço em nome do conjunto da Comissão
de Justiça, para que os Vereadores participem conosco de fato deste debate.
Portanto, ao propor esta Moção e ao abrir este espaço com a presença de várias
companheiras e alguns companheiros, na Câmara Municipal, nós também não
queremos impor a nossa verdade. Nós queremos abrir um espaço para o debate e
para o diálogo e para a negociação. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Liderança com o Ver. João Dib,
pelo Partido Democrático
Social.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores. Acho que o Governador Collares está tratando muito mal a cultura.
Cultura e educação se completam, portanto não se pode desprezar uma em
detrimento da outra, nem cuidar das duas. Se a cultura estava funcionando muito
bem no Estado do Rio Grande do Sul, deveria ser estimulada e não lhe criar
complicações.
Mas, Sr. Presidente, não tive a
intenção de criar, ou fazer críticas a S. Exª e a qualquer Vereador desta Casa.
Mas, Sr. Presidente, disse o que
era uma Sessão Solene.
Então devo dizer que entendo que
nós, representantes do povo, toda vez que nos reunimos estamos numa sessão
solene e devemo-nos apresentar da melhor forma possível. Em lugar nenhum está
escrito que convenientemente trajado é usar uma gravata. E a Câmara tem um
serviço de relações públicas, um serviço de protocolo, vejam o que é um
indivíduo convenientemente trajado.
Então, estamos permanentemente em
Sessão Solene. Toda a vez que o Legislativo se reúne é importante, é grandioso
para a vida da Cidade, vimos aqui representar toda a comunidade. Somos a
síntese do cidadão porto-alegrense, alguns se vestem de gravata, outros sem
gravata, outros andam de bermudas. Temos que representar a média, estar acima
da média. Temos sempre uma Sessão Solene e como tal devemo-nos portar. Outro
dia recebemos o cônsul italiano que veio muito bem vestido e os oradores vieram
à tribuna em mangas de camisa. Está tudo errado. As nossas Sessões são sempre
solenes. E são tão solenes que fiz um requerimento, pedindo que o projeto nº
001, deste ano, que dispõe sobre despesa de pessoal, fosse votado o mais
depressa possível. Não vejo razões por que ele esteja sendo retido na Mesa, da
Presidência, eis que está aqui o acórdão da Justiça, onde o Juiz diz assim:
(Lê.)
“Todavia, desrespeitando ao
previsto no art. 146, parágrafo único, do Regimento Interno da Câmara Municipal
– RICMPA – entendeu a mesma de não só não devolver ao Chefe do Executivo o
Projeto de Lei do Executivo nº 033/90, como também incluí-lo em apreciação na
Sessão Extraordinária em cuja convocação não constava referido projeto (cf.
convocação e rol de temas, fls. 28 a 31). Com o que, desrespeitada, igualmente,
a Lei Orgânica do Município, art. 51, § 2º, que dispõe, na matéria, à
semelhança do texto constitucional federal (art. 57, § 7º).
Daí a ação de segurança, para que
seja, liminarmente, suspenso o ato legislativo que implica na retirada do PLE
nº 033/90, e demais atos que lhe sucederam, inclusive a convocação em votação
na Sessão Legislativa Extraordinária, concedendo-se, ao fim, a segurança
definitiva”.
Devolva-se, portanto, o Projeto
nº 033/90 ao Prefeito e os Vereadores todos têm o direito e até o dever de
eventualmente legislar na Cidade, porque lá na Lei Orgânica, lá na Constituição
está dito que um Vereador ou um Deputado pode fazer Leis, e eu não vejo por que
este Processo não possa tramitar.
Por isto eu estou pedindo que, na
próxima segunda-feira, o Projeto possa ser votado, para que termine de uma vez
por todas o que está acontecendo entre os servidores municipais, a
municipalidade, a população porto-alegrense, que é iludida permanentemente,
quando o Executivo diz que gasta mais de 75% da sua receita com o pessoal. O
que não é verdade! Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Liderança com o Partido
Democrático Trabalhista – PDT –, Ver. Nereu D’Ávila.
O SR. NEREU D’ÁVILA: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores. Eu estranho que o nobre Ver. João Motta, ex-Líder do PT, venha à
tribuna profligar contra o Governo do Estado, adotando uma visão parcial da
situação e não referindo nenhum segundo, quanto mais trinta segundos, que seria
meio minuto, a política de cultura do Governo Federal, que sucateou a cultura,
que abandonou o ramo da cultura na política educacional do País. E o enfoque
que deve ser dado à matéria não deve ser este, oriundo da paixão, da situação
emergencial, deve ser visto no conjunto da situação em que existe uma política
já predeterminada no plano de governo do Governador Collares, de retorno dos
cedentes, dos cedidos, das cedências, principalmente das professoras às salas
de aula. É uma política que não tem conotação com o setor da cultura, com o
setor de qualquer outra situação, inclusive poder-se-ia dizer que o governo
Collares também é contra os excepcionais, porque na Fundação de Atendimento ao
Deficiente e ao Superdotado do Estado – FADERS – também a Fundação de apoio aos
Excepcionais está numa crise, porque os professores que estavam com contrato
emergencial do outro governo que venceu o dia 31 de março, contratos não foram
novamente referendados pelo governo atual. O que está criando nos ambientes,
nos setores, nas escolas de excepcionais um grave problema com graves seqüelas.
Nem por isso se pode dizer que o governo é contra os excepcionais, pelo
contrário, quem não se preocupa com as crianças excepcionais, ainda mais num
governo que se propõe a fortalecer a educação e a criança. Então não se
parcialize a questão e digo mais para a tranqüilidade de todos: não há
discriminação na política de retorno às aulas. Eu fiquei sabendo que uma
funcionária-professora que trabalha na coordenadoria do PDT há 17 anos, na
Assembléia, cedida, que nunca entrou numa sala de aula, que tem Função Gratificada
– FG –, que, portanto, é uma portaria do governo que proíbe que pessoas com FG
sejam devolvidas ao Executivo, é a melhor funcionária da coordenadoria do PDT
na Assembléia, chegou um ofício na Assembléia pedindo retorno dessa professora
à sala de aula. Então não há compadrismo. E mais: o setor da cultura entrou na
Justiça e perdeu. Ou se ganha ou se perde. Então, não venham com apelos
emocionais. E a questão da cultura não é simplesmente uma questão de professora
cedida, 70, 170, não é uma questão de uma política de cultura em cima de
programa de cultura e em cima de uma outra conotação: se vão fazer falta as
professoras cedidas que deixarão a cultura para retornarem às salas de aula,
que se preencha, através de concurso público, especificidade de cada setor
cultural, para não deixar vácuo na cultura. Ninguém é contra a cultura, e muito
menos um governo que se propõe a privilegiar a educação, que vá abandonar a
cultura. Isso é um paradoxo, qualquer inteligência mediana não vai flagrar um
Governo que se proponha a fortalecer a educação dissociada da cultura. Então,
eu creio que o problema da cedência é específico, o lugar do professor é na
sala de aula. Quando ela fez o concurso, ela sabia. Então, não há parcialidade
nesta questão. E a Liminar foi rejeitada pelo Desembargador João Loureiro
Ferreira. Se mudar o mérito é outra questão, mas a Liminar foi rejeitada, ou
seja, as professoras da cultura entraram na Justiça e não conseguiram a
Liminar. Poderão até conseguir o mérito. Mas o Dr. João Loureiro Ferreira, meu
ilustre conterrâneo de Soledade, rejeitou a Liminar. Agora, não se queira fazer
demagogia eleitoreira em cima de assuntos muito importantes e que serão, no
devido momento, plenamente equacionados. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Respondendo à Questão de Ordem
do Ver. José Valdir, queria informar que a sua Questão de Ordem está sendo
atendida pelo Serviço de Recursos Humanos, que deverá, ainda nesta semana,
responder o encaminhamento de V. Exª.
Ver. João Dib, a Mesa tem o
Parecer da Auditoria no sentido de que a ação estabelecida em Liminar pelo
Executivo Municipal, ratificada por sentença final, julgou procedente a ação,
determinando a retirada de tramitação do Projeto de Lei do Executivo nº 033/90,
prejudicando a sua votação pela Câmara Municipal. A referida ação está, no
momento, em segundo grau de jurisdição, aguardando decisão final do Tribunal de
Justiça do Estado. O Legislativo acatou a decisão judicial, mantendo em
suspenso a tramitação do Projeto, não a extinguindo por estar o mesmo ainda sub judice. Da mesma forma, a Auditoria
entende que tanto o seu Projeto quanto o Projeto do Ver. Wilson Santos, em
decorrência, são considerados como Substitutivos do Projeto original do
Executivo. Tão logo decorra o tempo deste 2º Grau de Jurisdição e seja
confirmada a sentença, tudo indica, esta Mesa imediatamente devolve o Projeto
do Executivo e dá andamento ao Projeto de V. Exª, enquanto Projeto principal, e
do Ver. Wilson Santos como Projeto Substitutivo. Este é o encaminhamento que a
Mesa está dando por orientação da Auditoria.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, eu agradeço a
correção com que V. Exª está tratando o problema, trazendo informação tão
rapidamente, informação que eu conhecia. Se, hoje, eu fui à tribuna pedir, é porque
sei que há, inclusive, Parecer na Comissão de Justiça dizendo que não foi
votado ainda, mas que pode e deve tramitar, porque a apresentação de um Projeto
por um Vereador é diferente, porque pode até ser considerado um Substitutivo.
Eu já tive um problema de substitutivo, cópia ou não cópia, a Comissão de
Justiça disse que não foi copiado. A idéia, o tema final, pode ser o mesmo, mas
não é o substitutivo do Sr. Prefeito Municipal. De qualquer forma, nós vamos
aguardar então a Comissão de Justiça, e eu pediria a V. Exª que o Processo seja
votado o mais rapidamente.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa desconhece absolutamente
qualquer questão semelhante abordada pela Comissão de Justiça. A Mesa não pediu
o Parecer da Comissão de Justiça. Deve ter sido de algum Vereador que tramitou
em algum momento em que este Presidente não conduziu os trabalhos. A Mesa
desconhece. Tão logo receba, cumprirá, como de resto tem cumprido estritamente
todas as orientações.
O SR. CLÓVIS BRUM (Requerimento): Sr. Presidente,
formulo Requerimento no sentido de que a informação que a Mesa acaba de prestar
ao Ver. João Dib e a informação do mesmo Vereador à Mesa sejam enviadas com a
maior brevidade à Comissão de Justiça, porque lá está o Processo que precisa
ser instruído.
O SR. PRESIDENTE: É, o que a Presidência estranhou
é que exista alguma apreciação da matéria na Comissão, sem que se tenha
solicitado o Processo, pois este se encontra com esta Presidência.
O SR. CLÓVIS BRUM: Diligencio à Mesa no sentido que
envie o Processo à Comissão de Justiça, para que seja devidamente instruída a
matéria que está sendo examinada.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa recebe sem nenhum óbice,
porque entende ser este o encaminhamento correto da questão, inclusive V. Exª
auxilia a Mesa com esta solicitação.
Liderança com o Partido do
Movimento Democrático Brasileiro – PMDB –, Ver. Clóvis Brum.
O SR. CLÓVIS BRUM: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, acho que o assunto que envolve hoje a Secretaria da Cultura e a
Secretaria da Educação do Estado do Rio Grande do Sul não deve ser tratado como
assunto politiqueiro, ou alguma coisa nesse sentido. Eu acho que o assunto é da
maior gravidade possível. Não se veste um santo para se desvestir outro. A
Secretaria da Cultura, até pela sua organização de pessoal, careceu, na oportunidade,
de que a Secretaria de Educação, no seu universo de quase 100 mil funcionários,
encaminhasse algumas professoras para atender esse setor tão importante, tão
vital para a sociedade, porque lá não havia funcionários. Foi deslocado um
grupo de professores, professoras para a Secretaria da Cultura. Não vejo como
retirá-los nesta oportunidade sob o simplório pretexto de que lugar de
professor é na sala de aula, pois na Secretaria de Cultura também há sala de
aula, também tem o aprendizado de cursos com profunda ressonância no seio da
sociedade rio-grandense. Acho que o Governador Alceu Collares deveria ter
encaminhado à Assembléia Legislativa a criação do quadro de funcionários e
promovido até o concurso público para o preenchimento das vagas, nunca, segundo
informações, estar substituindo os professores que vêm servindo com eficiência
e com preparo técnico naquela Secretaria por cargos em comissão – CCs –; o que
vale dizer, pelo aproveitamento dos seus companheiros partidários. Não é uma
inovação, não é um avanço, não é um bom princípio administrativo, não é uma boa
norma salutarmente falando em termos de administração.
Lamento profundamente que no
universo de 100 mil servidores estaduais fosse o Prefeito, digo, o Governador
Alceu Collares (É que foi tão ruim a administração do Prefeito Collares que eu
até insisto em chamá-lo de Prefeito). Aliás, insisto em chamá-lo de Prefeito,
porque ele ficou devendo obras. Eu aprovei projetos aqui com dinheiro da
Petróleo Brasileiro S/A – Petrobras –, ele levou o dinheiro e não fez as obras.
Então, o Governador, nós conhecemos mais ou menos o tipo de trabalho do
Governador, ele andou aqui na Prefeitura de Porto Alegre, nós já sabemos como é
que ele age. Essa estória de tirar técnicos e colocar os seus cabos eleitorais,
não é assim muito difícil, por isso a Liderança do PMBD, este, o Ver. Airto
Ferronato, que os trabalhos neste instante do PMDB também, estamos solidários
com os professores, com o pessoal da cultura, que, de maneira intempestiva, são
despojados nas suas atividades, nas suas relevantes atividades, para serem
substituídos por companheiros partidários do Prefeito, ou da Secretária da
Educação, Neuza Canabarro. Lamento isso, e lamento mais, não acredito que a Drª
Mila Cauduro esteja apoiando esta tese, não creio, e se estiver apoiando é em
função de alguma imposição de governo, superior a sua função hierárquica.
Agora, realmente, retirar os professores, contratar, ou nomear CCs é o que
menos se esperava de uma administração que diz que vai moralizar, não está moralizando
nada, está criando mais despesa para o Estado. Certo seria criar as vagas
necessárias na Secretaria da Cultura, fazer o concurso público, depois de
devidamente preenchidas as vagas, aí sim, cada funcionário nas suas
atribuições. Retirar simplesmente por retirar, me perdoe Ver. Nereu D’Ávila,
politicagem é isso, botar os seus companheiros, porque ganharam a eleição, nos
cargos que essas professoras desempenham com tanta eficiência na Secretaria da
Cultura. Obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Airto Ferronato): Informamos
que o Sr. Presidente da Comissão de Justiça e Redação convoca uma reunião com
os membros da Comissão e com os professores da Secretaria da Cultura.
Visivelmente não há mais
“quorum”; seis Vereadores presentes. Estão encerrados os trabalhos.
(Levanta-se a Sessão às 17h08min.)
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